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Covas e Boulos farão o segundo turno “mais jovem” desde a redemocratização

Candidato do PSOL supera Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos) e vai decidir vaga com atual prefeito

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 nov 2020, 00h13 - Publicado em 15 nov 2020, 23h46
Os vencedores do primeiro turno: alta nas buscas na internet (Reprodução/Instagram/Veja SP)
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Os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) irão disputar o segundo turno da eleição para a prefeitura de São Paulo, marcado para o dia 29. Com 99,67% das urnas apuradas até as 23h45, o atual prefeito tem 32,85 % dos votos válidos na primeira etapa da corrida, neste domingo (15). Boulos alcança 20,24% até o momento. Eles não podem mais ser ultrapassados pelos concorrentes. Com respectivos 40 e 38 anos, Covas e Boulos farão o segundo turno “mais jovem” desde a redemocratização na capital paulista.

Houve atrasos na divulgação dos resultados. Em 2020, o TSE centralizou as informações sobre os estados nos servidores de Brasília. O núcleo de um supercomputador do órgão funcionou mal e São Paulo acabou tendo a contagem mais lenta que o esperado, informou Luís Roberto Barroso, presidente do TSE. Em 2016, o resultado saiu oficialmente às 20h34.

A corrida pelo segundo turno foi disputada até os últimos momentos. Enquanto Covas disparava na liderança nas pesquisas, Boulos, Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos) travavam uma disputa apertada para enfrentar o tucano. França tem 13,65% dos votos válidos até agora, Russomanno marca 10,50%. Estreante da disputa, Arthur do Val, do Patriota, chega a 9,78%. O PT repete o desempenho ruim do último pleito, com Jilmar Tatto registrando 8,65% da preferência dos eleitores. Joice Hasselmann tem 1,84%.

No discurso após a divulgação dos primeiros resultados eleitorais, Covas deu o tom da campanha que fará no segundo turno contra Boulos. Ao lado de João Doria no palanque, o tucano insistiu em pintar o concorrente como um radical. “A esperança venceu os radicais no primeiro turno, e a esperança vai vencer os radicais no segundo turno”, disse o atual prefeito. “São Paulo quer eleger um prefeito, não quer ninguém que seja um ‘anti’, que seja totalitarista, que seja radical”, ele afirmou.

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“Radicalismo para mim é a cidade mais rica do pais ter gente que revira o lixo pra comer. É no meio da pandemia a prefeitura manter hospital fechado. Radicalismo é o abandono do povo numa cidade como SP”, rebateu Boulos, em discurso feito no Campo Limpo, onde mora. No Twitter, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) declarou apoio ao candidato do PSOL: “Progressistas, ninguém arreda o pé de São Paulo até a vitória de @GuilhermeBoulos e a derrota dos tucanos. Vamos à luta.”, ele postou.

Neto do ex-governador Mário Covas (no cargo entre 1995 e 2001, quando foi vítima de um câncer com origem na bexiga), Covas nasceu e cresceu na militância tucana. Estudante do colégio Bandeirantes, ele se filiou ao partido aos 17 anos. Formou-se em Direito (USP) e Economia (PUC). Em 2018, assumiu a prefeitura no lugar de João Doria, que deixou o cargo para disputar o governo do estado — e de quem ele se distanciaria politicamente. Em outubro de 2019, descobriu um câncer no aparelho digestivo, ainda em tratamento. Tem como vice o vereador Ricardo Nunes, do MDB. 

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Guilherme Boulos, 38, surgiu na cena política paulistana como líder do MTST, movimento que representa os sem-teto. Filho de um casal de infectologistas e professores da USP, ele cresceu na zona oeste paulistana. Aos 19 anos, deixou o conforto da classe média para morar em ocupações de pessoas sem moradia em Osasco. Graduado em Filosofia (USP) e mestre em psiquiatria (USP), atuou como professor na rede pública e em universidades. Após um resultado ruim na corrida presidencial de 2018 (com 0,58% dos votos), ele agora consegue superar a hegemonia do PT nos votos da esquerda paulistana. Tem como vice a ex-prefeita Luiza Erundina.

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Nas últimas semanas, Boulos tinha registrado uma arrancada nas pesquisas eleitorais, enquanto Celso Russomanno (Republicanos) caiu. No sábado (14), um levantamento do Datafolha mostrou Covas com 37% dos votos válidos, seguido por Boulos com 17%, Márcio França (PSB) com 14% e Russomanno com 13%. Nas simulações de segundo turno, a mesma pesquisa mostrou que o tucano venceria Boulos por 57% a 30%. Nas vésperas do primeiro turno, o interesse pelos nomes de Covas e Boulos disparou nas buscas do Google.

Quando assumiu a prefeitura, em 2018, Covas se tornou o mais jovem prefeito a comandar São Paulo. Ele tinha 38 anos. Fernando Haddad (PT) tinha 49 quando venceu em 2012. Gilberto Kassab (PSD) sucedeu José Serra, em 2006, aos 45 anos de idade.

 

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