Interior será fiel da balança para decidir quem será o novo governador
Decisão de quem ocupará a cadeira dependerá do desempenho de cada candidato fora da capital
Independentemente das costuras políticas que vierem a ser feitas pelos candidatos ao governo estadual para o segundo turno das eleições, no dia 30 deste mês, uma coisa é certa: nunca um governador foi eleito sem ter um bom desempenho de votos no interior do estado, que responde por 63% do eleitorado.
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Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez a “lição de casa”, já que foi o mais votado em 500 dos 645 municípios paulistas, o que lhe garantiu uma vantagem confortável na largada em relação a Fernando Haddad (PT), que ganhou em 91 delas.
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Apesar da diferença entre os dois, de 1 544 856 votos a mais para Tarcísio, especialistas dizem que uma virada ainda é possível, o que inclusive já aconteceu duas vezes em eleições no estado, em 1990 e 1998. “Eu diria que essa eleição, assim como a de presidente, está em aberto. Existe uma tendência para o Tarcísio, mas isso depende de como isso for trabalhado”, diz o cientista
político Rui Tavares Maluf.
Esse trabalho consiste basicamente no mapeamento das campanhas em busca do espólio dos mais de 4,2 milhões de votos obtidos por Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno. Embora o governador já tenha declarado apoio a Tarcísio, a decisão contraria parte da sigla e há dúvidas até onde ele pode influenciar votos. “A sociedade está muito polarizada e ela quer encontrar alguém que represente algum desses polos. E Rodrigo acabou ficando sem lado. Só em cidades pequenas o prefeito tem essa influência no eleitorado”, avalia o cientista político Rubens Figueiredo. Por outro lado, há dúvida de quanto a presença de Geraldo Alckmin (vice na chapa de Lula) com Haddad reverta em votos para o petista. Nesse caso o motivo é outro. “Muitos petistas acham o Alckmin intruso, e vários tucanos o consideram traidor”, diz Figueiredo. “Em política funciona muito na base das simpatias e antipatias”, completa Maluf.
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Procurada, a campanha de Tarcísio informou que o desempenho da campanha no interior mostra que há aderência ao projeto conservador e à capacidade de gestão apresentada pelo candidato. Para o segundo turno, o foco da campanha será em municípios em que há potencial de votos bolsonaristas que foram direcionados ao PSDB, além da capital.
“A presença do presidente Bolsonaro seguirá intensa nas agendas e nas redes sociais, tal qual acontece desde o primeiro dia de campanha.”
Procurada, a campanha de Haddad declarou ainda estar se organizando para a disputa.