Continua após publicidade

Conte Lopes dispara “fogo amigo” na PM ao sair em defesa de Tarcísio

Deputado estadual usou tribuna da Alesp para dizer que governos do PSDB fizeram acordos com o crime organizado

Por Clayton Freitas
Atualizado em 8 abr 2022, 16h56 - Publicado em 8 abr 2022, 14h04
Conte Lopes na tribuna da Alesp
Conte Lopes na tribuna da Alesp (Alesp/Reprodução)
Continua após publicidade

Uma fala do deputado estadual Conte Lopes, capitão reformado da PM de São Paulo, dizendo que os governos do PSDB fizeram acordos com o crime organizado, inclusive para tentar encerrar os ataques do PCC em 2006, foi considerada “fogo amigo” por vários integrantes da corporação, sobretudo os da reserva.

+Aumento de roubos de motos impulsiona crimes por falsos entregadores

Conte saiu em defesa de Tarcísio Gomes de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL)e cotado pra disputar o governo do estado pelo Republicanos. “[Tarcísio] Teve coragem de colocar o dedo na ferida e está fazendo muita gente pular. Quem não sabe que houve acordos de governos do PSDB com o crime organizado? Eu sou testemunha disso aqui”, afirmou, na sessão plenária da última terça-feira (5).

Em entrevista ao um canal no Youtube Money Reports no dia 1º deste mês, sexta-feira passada, Tarcísio disse que a segurança pública no estado havia ruído. “São Paulo fez um pacto com o crime organizado, de não combatê-lo”, disse, entre outras coisas.

+“Há os viciados em crack e os viciados em Cracolândia”, diz Edu Felistoque

Além da PM, as declarações de Tarcísio irritaram integrantes da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e levou a Secretaria de Segurança Pública da gestão do governador Rodrigo Garcia (PSDB) a emitir uma nota a respeito, mencionando que as ilações são “descabidas e irresponsáveis”.

Tarcísio é carioca e militar da reserva (atuou como engenheiro no Exército). A fala de Conte Lopes carrega um outro significado, já que vem da boca de alguém que se notabilizou –e se elegeu– justamente no combate ao crime atuando na polícia paulista.

Continua após a publicidade

+Datafolha: Haddad lidera e é seguido por Márcio França no governo de SP

Outro fator que irritou muito alguns integrantes da reserva é que a fala foi, ao menos indiretamente, contra o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, morto no ano passado, de câncer, aos 66 anos. Eclair conduzia a PM nos ataques do PCC em 2006.

Foi ele quem autorizou a ida de um avião da PM para levar uma advogada do PCC para falar com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola,  líder da facção, em Presidente Prudente (interior de São Paulo), no presídio em que ele estava à época para dizer a ele que os próprios integrantes do grupo criminoso pediam para suspender a ordem dos ataques.

+Estudantes da Unicamp homenageiam corpos negros usados em estudos

Ela teria entrado sozinha para falar com Marcola, versão que, segundo integrantes das forças policiais, impossibilita que a tese de um acordo poderia existir, já que não havia nenhum representante do governo.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.