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Como as mortes são investigadas pela polícia

Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa usa materiais precários para solucionar crimes

Por Edison Veiga, Leonardo Fuhrmann e Rodrigo Brancatelli
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h35
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  • As madrugadas costumam ser longas no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na Rua Brigadeiro Tobias, no centro. Dezoito equipes se revezam em plantões de doze horas. Em alguns turnos, dá até para delegados, investigadores e peritos arriscarem cochilos em sofás ou camas improvisadas. Eles têm teorias próprias para explicar a oscilação no volume de trabalho. “Dias frios ou chuvosos geralmente são mais tranqüilos”, afirma o delegado Jorge Miguel Filho, há quatro anos no DHPP. “O pessoal sai menos de casa e não se envolve em confusão. Já no verão ou nos dias seguintes às datas de pagamento, mata-se mais.” O relativo sossego é quebrado quando um alarme soa em um dos 250 computadores do departamento. Significa que, em algum ponto da cidade, alguém foi assassinado.

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    É o distrito policial da região onde houve a ocorrência que a comunica ao DHPP. Ao chegar ao local do crime, a conduta da equipe é sempre a mesma: clima, temperatura, número de curiosos, objetos encontrados (inclusive cápsulas de armas), características da roupa da vítima e outras pistas que possam levar ao criminoso são anotados em um formulário. Colhidas as impressões digitais do morto, um papiloscopista se encarrega de procurar, com o auxílio de um pozinho chamado carbonato de chumbo, indícios do assassino. Parênteses: diferentemente do que possa parecer, o procedimento está bem longe daquele visto em filmes policiais. O material utilizado é precário – alguns profissionais chegam a comprar produtos do próprio bolso, alegando que os fornecidos pelo estado não são de boa qualidade. Enquanto os peritos analisam a vítima, investigadores conversam com quem estiver nas proximidades e intimam alguns para depor. Todo esse processo leva, em média, uma hora.

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    A equipe do DHPP só vai ao local do crime nos casos em que a vítima morre lá mesmo. Quando a morte ocorre no hospital, o inquérito é aberto pelo distrito policial da região e leva cerca de quinze dias para chegar ao departamento. Familiares da vítima, testemunhas e moradores das redondezas são ouvidos. Paralelamente a isso, o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal (IML) providenciam exames – um dos mais comuns, o toxicológico, que determina se a vítima usava drogas, demora até quatro meses. Quando o inquérito é esclarecido (65% das vezes), a polícia o encaminha ao Tribunal de Justiça. Isso não significa que o acusado vá para a cadeia. O inquérito muitas vezes chega ao promotor sem provas suficientes para que ele faça a denúncia. “Não falta gente, falta estrutura”, diz o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1º Tribunal do Júri. “Precisaríamos de cinqüenta vezes mais institutos de análise para dar conta do que ocorre.” Atualmente, há 9 000 inquéritos de homicídios em andamento na capital.

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    Em busca de provas

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    • Peritos do DHPP colhem pistas no local do crime, como impressões digitais

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    • Exames são solicitados ao IML, que faz a autópsia do corpo. Os resultados demoram de um a quatro meses

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    • Familiares, vizinhos, testemunhas e suspeitos são ouvidos pelo DHPP

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    • Quando o inquérito é concluído (esclarecido ou não o autor do crime), a polícia o encaminha ao Judiciário

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