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Cidade de São Paulo possui mais de 20% de seus rios sob o asfalto

O projeto Rios e Ruas organiza expedições para encontrar os rios invisíveis

Por Rafaela Bonilla
Atualizado em 27 mar 2020, 06h00 - Publicado em 27 mar 2020, 06h00

A cidade de São Paulo possui uma hidrografia rica, com quase 5 000 quilômetros de extensão de rios e córregos. Mas, de acordo com um levantamento da Fundação Centro tecnológico de Hidráulica, ligada à USP, 20% deles estão concretados sob casas, edifícios e ruas. Outros 10% foram canalizados a céu aberto e tiveram seu curso alterado mais intensamente a partir dos anos 1940, com o aumento do volume de automóveis e o início da construção de grandes vias.

(Acervo Rios e Ruas/Divulgação)

Entre as importantes avenidas da capital construídas sobre caminhos de água estão a Nove de Julho, feita onde corre o Rio Saracura, a 23 de Maio, localizada sobre o Córrego itororó, e a Bandeirantes, que passa por cima do Córrego da Traição. “Foi ensinado para a população que o rio é um problema urbano, um inimigo, que deve ser resolvido e eliminado, porque enche e alaga”, diz o geógrafo Luiz de Campos Jr., um dos idealizadores do projeto rios e ruas, que organiza expedições gratuitas pela cidade para encontrar os rios canalizados debaixo do asfalto e conscientizar sobre a importância deles.

(Acervo Rios e Ruas/Divulgação)

“Os rios podem ser um incrível elemento de aproximação das pessoas. Estamos perdendo um patrimônio azul que vai nos fazer falta”, completa o arquiteto e urbanista José Bueno, parceiro de Campos na iniciativa. Quando vão às ruas em busca dos rios invisíveis, a dupla ensina a ver e ouvir os sinais, que podem estar nas guias da calçada e nos bueiros, por exemplo. Eles também reúnem os interessados para mutirões de limpeza das nascentes — os eventos são anunciados na página do Facebook Rios e Ruas. Mas qualquer um pode, com atenção, encontrar um rio invisível por aí. Bueno dá a dica: “sempre que vir uma aguinha correndo no meio-fio, desconfie. Às vezes não é vazamento, mas águas dos lençóis subterrâneos”.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1 de abril de 2020, edição nº 2680.

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