Casa de Francisca fecha as portas por “tempo indeterminado”
Tradicional casa de shows no centro de São Paulo foi afetada pela pandemia
A Casa de Francisca, tradicional casa de shows, anunciou neste domingo (21) por meio de suas redes que irá fechar as portas de maneira provisória. “Após 15 anos de casa, vamos parar por tempo indeterminado e ainda sem saber se vamos conseguir voltar”, diz a publicação.
Conhecida como “a menor casa de shows de São Paulo”, o espaço fica localizado, desde 2017, no Palacete Tereza Toledo Lara, construído em 1910. Já passaram pelo palco, baixinho e de caráter intimista, o sambista Nelson Sargento e as vozes do grupo vocal de mulheres Ilú Obá de Min. De acordo com a nota, a casa recebeu mais de 3500 shows.
No relato, os proprietários relembraram um pouco da história do local, despediram-se e fizeram críticas. “O setor cultural, responsável pelo alimento espiritual e por uma das maiores riquezas do país, e o setor de eventos, bares e restaurantes são uns dos setores mais atingidos pela pandemia e carecem de ações emergências e significativas do setor público”.
Confira a nota completa:
“Após 15 anos de casa, vamos parar por tempo indeterminado e ainda sem saber se vamos conseguir voltar.
A “menor casa de shows da cidade” nasceu do amor entre dois irmãos que se multiplicou e agregou tanta gente que constrói até hoje um caminho de imenso carinho e dedicação.
Em 2017, nossa mudança para o centro histórico foi fruto de nossa paixão pela cidade, mas também de muita angústia, tanto pela necessidade de abrir mão do nosso antigo endereço como pela despedida de Rodrigo que corajosamente decidiu se dedicar a uma nova experiência de vida no interior de São Paulo.
Foi um longo período de restauro com o mérito e ousadia de seus proprietários, seguido por cerca de 5 anos da nossa ocupação no Palacete Teresa. Só temos a agradecer por toda parceria e privilégio em ocupar um dos Palacetes mais incríveis da cidade, “a antiga esquina musical de São Paulo”.
Com média de 250 shows por ano, a Casa de Francisca realizou mais de 3500 shows, além de festivais independentes e uma série de outros projetos.
Nesse momento de tragédia no mundo, o Brasil é protagonista com a incompetência de seus governantes que politizam a vacina e assistem ao aumento de mortes, das variantes do vírus e do colapso do sistema de saúde.
De um lado os negacionistas que chegaram até o limite para retardar a compra das vacinas e insumos, mantendo um discurso absurdo de ineficácia das máscaras e do distanciamento social.
Do outro lado medidas de fechamento necessárias, porém mal executadas e com auxílios ordinários a sobrevivência da população vulnerável, ao comércio e aos trabalhadores.
O setor cultural, responsável pelo alimento espiritual e por uma das maiores riquezas do país, e o setor de eventos, bares e restaurantes são uns dos setores mais atingidos pela pandemia e carecem de ações emergências e significativas do setor público.
Nosso mais profundo agradecimento a todos que prestigiaram e construíram conosco essa intensa caminhada.
Seguiremos buscando alternativas para conseguir retomar.
Nosso delivery quente segue até hoje e durante a próxima semana somente os últimos congelados até o final do estoque que produzimos.
Cuidemo-nos uns aos outros. Há de passar!”.
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