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Capital tem maioria de casos de violência contra deficientes

Levantamento feito durante três meses indica que 26% das ocorrências que envolvem vítimas com deficiência foram registradas na capital

Por Luisa Coelho
Atualizado em 5 dez 2016, 13h46 - Publicado em 27 nov 2014, 20h22
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  • Um levantamento divulgado nesta quinta (27) pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência aponta que foram registradas 4452 ocorrências envolvendo vítimas com deficiência em todo o estado em apenas três meses deste ano. No topo da lista figura a capital, com 26% dos casos.

    Os números, colhidos entre junho e agosto, são resultados da inclusão, no início deste ano, de um campo no Registro Digital de Ocorrências (RDO), identificando se a vítima tem algum tipo de deficiência. São Paulo é o primeiro estado a tomar essa medida e a ter uma delegacia especializada.

    Quando traçado o perfil das pessoas que sofreram violência, 65% são adultos acima de 40 anos. Quase metade dos casos (46%) envolviam vítimas com deficiência física, 19,1% deficiência intelectual, 15% visual, 12,6% auditiva e 6,6% deficiência múltipla. Os dados não acompanham a distribuição demográfica desse grupo social pois, segundo o IBGE, o tipo mais comum de deficiência em São Paulo é a visual.

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    A disparidade também é vista nos números que envolvem a deficiência intelectual, que aparece como segundo grupo mais presente nos registros da polícia, sendo que na contagem do Censo 2010 figura em proporção menor dentre os outros tipos, com 4,1%. Entre este grupo, destaca-se a quantidade de crimes contra a dignidade sexual, 8%, número discrepante diante de todos os tipos, que têm como média 2,07% dos registros. 

    O levantamento mostra que as vítimas com deficiência visual são as que mais sofrem com crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos, com 40,7%.

    Segundo material fornecido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a população com deficiência tem 1,5 vezes mais chances de ser vítima de abuso sexual e 4 a 10 vezes maior probabilidade de ter vivenciado maus-tratos na infância. 

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    “Um dos eixos do nosso programa é a capacitação de agentes públicos, como professores, médicos, policiais e assistentes sociais para lidar com esses casos”, afirma o coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Combate à Violência contra as Pessoas com Deficiência, Luiz Carlos Lopes.

    Outra parte importante do trabalho do órgão envolve a preocupação com a autonomia do deficiente, por meio da criação de renda e do oferecimento de apoio psicológico. “Quanto mais se depende de alguém, financeira ou fisicamente, a chance de se tornar vítima é muito maior”, diz Luiz, completando que o agressor é o cuidador em 72% dos casos.

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