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Debate entre candidatos ao governo de SP tem Rodrigo como alvo

Redução de impostos, políticas de segurança pública e para servidores públicos foram os temas mais recorrentes da noite

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 17 set 2022, 22h27 - Publicado em 17 set 2022, 18h36

O debate entre cinco candidatos a governador de São Paulo realizado neste sábado (17) teve como temas principais a redução de impostos, educação, aposentadoria de servidores públicos, segurança pública e direitos das mulheres e teve Rodrigo Garcia (PSDB) como “alvo preferencial” da noite. O evento foi organizado por VEJA, SBT, O Estado de S.Paulo, Terra e Nova Brasil FM.

O atual governador, que tenta se reeleger, teve diversos embates com Fernando Haddad (PT), que tentou mais de uma vez destacar antigos aliados do tucano, como os ex-prefeitos da capital Gilberto Kassab (PSD) e Celso Pitta e também o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL). Tarcísio de Freitas (Republicanos) também focou suas críticas em Rodrigo, e foi, por sua vez, o foco de Elvis Cezar (PDT) nos ataques. Já Vinícius Poit (Novo) aproveitou para divulgar, sempre que tomou a palavra, seu programa de 30 ideias, fez críticas ao Supremo Tribunal Federal e protagonizou “dobradinhas” com Tarcísio.

Propostas

Os servidores públicos foram tema de destaque, e tanto Tarcísio quanto Haddad prometeram  revogar os descontos nas aposentadorias da categoria, que foram instituídos pelo então governador João Doria (PSDB) em 2020, como parte da reforma da previdência estadual – e que são chamados de “confiscos” pelos servidores. Rodrigo, por sua vez, disse que caso seja eleito vai revogar a contribuição para servidores aposentados que ganham até três salários mínimos.

Outro tema que veio à tona foram as câmeras “grava-tudo” nos uniformes da Polícia Militar. O candidato do Republicanos voltou a afirmar que vai reavaliar a política, enquanto Rodrigo a defendeu. “A gente tem que olhar a câmera a luz de outros indicadores, como está a questão do crime contra o patrimônio na área de atuação daqueles batalhões que usam câmera frente àqueles que não usam câmera. Vamos reavaliar sem paixões”, disse o primeiro, enquanto o tucano falou: “A câmera filma o bandido e protege o policial e temos investido muito na polícia de São Paulo, e se eu for eleito governador eu vou continuar com esse investimento inclusive ampliando as câmeras nos uniformes das Polícias”. 

Os impostos, especialmente o ICMS (que é um tributo estadual), foram alvos de comentários de todos os participantes. Haddad destacou os aumentos realizados na gestão Dória-Garia e prometeu “zerar o ICMS sobre a cesta básica e sobre a carne”. Tarcísio também disse que irá “abaixar o ICMS e o IPVA”. Elvis Cezar prometeu abaixar impostos para a indústria e no setor de produção de motos.

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Poit disse que vai implementar o ICMS educacional, no qual municípios terão de cumprir metas nessa área para receber mais recursos. “Este governo atual enrolou e não aprovou. Os impostos que a gente arrecada como governador e manda pros municípios, vai ser assim: zerou a filha de creche, melhorou a educação, vai receber mais dinheiro .Não melhorou, vai receber menos e vai ter que correr atrás”, propôs.

Rodrigo falou que já encaminhou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que retoma os benefícios fiscais que haviam sido revogados pelo seu antecessor a partir de 2023, “com responsabilidade fiscal”.

Confrontos

Os maiores embates ocorreram entre Rodrigo Garcia e Fernando Haddad, que discutiram sobre mobilidade urbana, impostos, segurança pública e aliados políticos.  O tucano questionou o petista sobre medidas tomadas por ele quando era prefeito da capital, entre 2013 e 2017. “Você cortou a Operação Delegado aqui em São Paulo, cortou a ronda escolar”, afirmou. Haddad usou sua resposta para citar políticos com quem Rodrigo já trabalhou: “Rodrigo tem mania de esconder que ele foi do governo Pitta, do governo Kassab, do Doria. Agora, você resolveu atacar o Collor, o Cabrera [Antônio Cabrera Mano Filho], seu chefe, foi ministro do Collor. Você quer varrer o passado”.

Garcia foi secretário-adjunto estadual de Agricultura quando Cabrera comandou a pasta, durante o governo Mário Covas. O atual governador e candidato à reeleição então respondeu ao petista: Rodrigo: “Fala, fala, fala e não explica. Cortou a Operação Delegado, cortou a ronda escolar, a prefeitura poderia ter ajudado o estado de São Paulo na época e não ajudou. Na sua campanha de 2018, você queria soltar bandido. Para mim, é tolerância zero na área da criminalidade. Você defendeu a desmilitarização da polícia militar, você quer que eles reajam fazendo cafuné, entregando flores?”, destacou.

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O debate teve início com ataques entre os postulantes, quando Poit questionou Haddad sobre o que ele achava sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), ao que o petista afirmou que “sem você respeitar os dois Poderes, você não fará um bom governo”. O representante do Novo, por sua vez, disse que “os três Poderes devem ser respeitados e a postura ditatorial também não pode vir do STF. E a minha opinião é que a Justiça e o STF muitas vezes estão causando uma inversão completa de valores. É o famoso poste mijando no cachorro. A corrupção mata pessoas sem remédio, pessoas que estão na fila de cirurgia esperando. A maior causa de pobreza neste país vem da corrupção”.

Elvis Cezar perguntou a Tarcísio sobre e afirmou que ele “deveria ter vergonha de concorrer ao governo de São Paulo” porque não fez investimentos no estado quando era ministro da Infraestrutura, e fez outros ataques: “Anda com deputado que bate em mulher, anda com deputado que xinga o papa, anda com deputado corrupto e apoia o Collor, outro Celso Pitta aqui a gente não aguenta”. Tarcísio rebateu citando feitos do governo federal em São Paulo, como o investimento em malhas ferroviárias e na Rodovia Presidente Dutra. “Estuda um pouquinho mais, você tá precisando”, falou.

Haddad questionou Rodrigo sobre o aumento de impostos feito pelo governo João Doria (PSDB) durante a pandemia da Covid-19, ao que o atual mandatário paulista respondeu que foi o primeiro governador que diminuiu o ICMS da gasolina e encaminhou projeto de lei para retomar os benefícios fiscais a partir de 2023. “Vou diminuir o desconto para servidores aposentados que ganham até três salários mínimos e anunciei hoje que vamos retomar o passe livre do idoso entre 60 e 64 anos para os idosos mais pobres”, prometeu. E atacou o petista: “E você Haddad é especialista em imposto, foi secretário da Marta [Suplicy] que criou um monte de taxa. Quem entende de imposto, de taxa, de cobrar cada vez mais da população é você”.

Já o petista destacou ex-aliados de Rodrigo em sua réplica: “Você participou da gestão do [Celso] Pitta, do [Gilberto] Kassab e da gestão do Doria, seguramente os três piores da história de São Paulo. Você esconde as pessoas que te apoiaram, agora mesmo você está atacando o Kassab, ele andou junto com você por 20 anos. Eu não escondo apoiador. Se ela quiser, a Marta será muito bem vinda no meu palanque. Você não reduziu o ICMS da gasolina, você foi obrigado por lei federal a abaixar o ICMS”, acrescentou. Rodrigo então disse que “assume seus atos” e que só é governador há cinco meses. “Eu trabalhei no governo, mas eu não tinha a caneta na mão, agora tenho a caneta. quem manda em mim são os habitantes de São Paulo”.

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