Continua após publicidade

“Cairo 678” retrata a condição da mulher no Egito

Estreia de Mohamed Diab no roteiro e na direção é quase um estudo sociológico

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h22 - Publicado em 24 fev 2012, 23h50
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A queda do ditador Hosni Mubarak, há um ano, trouxe ao Egito uma série de incertezas. Representante da nova geração de diretores de lá, Mohamed Diab, formado em cinema em Nova York, enfoca no drama “Cairo 678” histórias reais de seu povo e as transformações que não param de pipocar. O filme tem pré-estreia neste sábado (25) no Reserva Cultural e deve ser lançado em 9 de março.

    Publicidade

    Publicidade
    Publicidade

    + Os melhores filmes em cartaz; salas e horários

    + Oscar 2012: os indicados em cartaz na cidade

    Publicidade
    Publicidade

    Também roteirista, Diab promove o encontro de três mulheres. Cada uma à sua maneira, elas desafiaram as convenções egípcias. Fayza (Boshra), uma funcionária pública casada e mãe de duas crianças que, embora se cubra dos pés à cabeça, conforme a tradição muçulmana, é constantemente molestada no ônibus. Mais madura e descolada, a artesã Seba (Nelly Karim), vítima de estupro, virou conselheira de autodefesa e ensina suas alunas a se livrar de possíveis agressores. Nelly (Nahed El Sebaï) trabalha a contragosto em telemarketing e quer seguir os passos de seu noivo para ser estrela de stand-up comedy. Depois de ser assediada grosseiramente na rua, Nelly decide ir à Justiça — o 678 do título vem do número do processo por assédio sexual, primeiro caso registrado no país, em 2009.

    Continua após a publicidade

    Publicidade
    Publicidade

    Mais importante como estudo sociológico, o longa-metragem de estreia de Diab faz um registro oportuno e atual das opiniões das moradoras do Cairo. Modernas e antenadas, Seba e Nelly encontram em Fayza o seu oposto. Algo, porém, une as protagonistas: cansadas da repressão machista, elas precisam espalhar seu grito de alerta. Não será fácil. Nelly, inclusive, encara a resistência dos próprios pais e parentes para dar prosseguimento nos tribunais, pois eles acreditam, veja só, que isso mancharia a honra da família.

    Publicidade
    Publicidade

    O cinema recente já abordou temas semelhantes em produções como “A Fonte das Mulheres” (sobre as marroquinas) e “Caramelo” (a respeito das libanesas). “Cairo 678” não tem o mesmo requinte estético nem a leveza dessas duas fitas. Seu trunfo está, sobretudo, na forma clara, direta e de fundo quase documental proposta pelo realizador.

    AVALIAÇÃO: ✪✪✪

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de São Paulo

    a partir de R$ 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.