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Casal da Zona Leste tem brechó com estética do funk paulista de 2010

Acervo Relíquia, na Vila Industrial, vende peças e aluga itens para videoclipes, shows e filmes

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 2 fev 2024, 12h32 - Publicado em 2 fev 2024, 06h00
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  • Renato Simões, 27, e Mayara Kerly, 24, colocam com cuidado sobre o sofá quatro camisas polo da Lacoste inteiramente estampadas com as bandeiras da África do Sul, Austrália, Estados Unidos e Jamaica. O conjunto é um dos tesouros do Acervo do Relíquia, projeto que é um misto de brechó, acervo de moda e serviço de personal styling tocado pelo casal.

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    “A gente pega o que a galera usava em 2010”, explica Simões. As polos coloridas, os chamativos tênis Adidas Springblade e modelos espalhafatosos da Mizuno seguem atuais, mas lembram também a época em que MCs como Daleste, Guimê, Pikeno e Menor ganharam holofotes enquanto o fenômeno dos rolezinhos tomava conta dos shoppings paulistanos, em 2013.

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    Editorial do Acervo Relíquia com tênis Mizuno (Renato Simões e Cruela/Divulgação)

    Essa estética é um dos focos do Acervo. A dupla, que mora na Vila Industrial, Zona Leste, vende peças para todas as regiões da cidade e o ABC. Ele cresceu em Santo André e ela, em Mauá. Simões trabalha no atendimento de uma UBS e Mayara hoje se dedica integralmente ao Acervo, que começou em 2021.

    Os olhos dos dois brilham quando garimpam itens chamados de vintage pelo casal, a exemplo de camisas de futebol variadas, como as do Corinthians quando Ronaldo jogava no time. Mas a seleção não acaba aí. As bermudas cargo recheadas de bolsos (em alta no público feminino), macacões jeans, calças e jaquetas esportivas são também venda certa quando anunciadas no perfil do Instagram @acervodoreliquia.

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    Editorial do brechó com camisa da seleção (Renato Simões e Cruela/Divulgação)
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    Camisas de time de futebol do acervo de moda (Renato Simões e Cruela/Divulgação)
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    Editorial do Acervo Relíquia (Renato Simões e Cruela/Divulgação)

    “No ano passado paguei o aluguel vendendo quatro bermudas da Oakley por 800 reais”, lembra Simões. As peças, que também são referências aos estilos do rap e do reggae, são comercializadas com editoriais compostos de fotos e vídeos que mostram amigos da dupla posando em cima de lajes, em salas de troféus de clubes de futebol ou em uma adega de bebidas. O casal idealiza uma temática, seleciona as roupas e dirige os modelos.

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    Acervo Relíquia: editorial na laje (Renato Simões e Cruela/Divulgação)
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    Peças relacionadas ao funk dos anos 2010 (Renato Simões e Cruela/Divulgação)

    “A galera que compra muitas vezes é dos rolês que a gente frequenta, das batalhas de rima e dos bailes”, conta Mayara, conhecida como Cruela, que foi modelo na campanha comemorativa de 90 anos da Lacoste no ano passado. Em 2023, estudou pesquisa e criação em moda no Senai, foco atual do trabalho dela.

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    No brechó, os preços começam em 15 reais mas sobem a depender da raridade. Algumas peças não são nem vendidas, como as polos com as bandeiras de países, que saíram de linha. “Essas alugamos”, explica Mayara. Produtoras, DJs e MCs procuram o casal em busca de looks para shows, videoclipes e filmes, como Fluxo, do diretor Filipe Barbosa, exibido embaixo do Viaduto do Chá na data do aniversário da cidade e que conta a história de um jovem de 22 anos frequentador de bailes funk.

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    Polos coloridas parte do Acervo Relíquia (Renato Simões e Cruela/Divulgação)

    A sala da dupla na Vila Industrial é quase uma loja de street wear. Araras reúnem cabides por todos os lados. Ao fim da entrevista, Simões se levanta e mostra camisetas dos anos 90 de grupos de rap. São exemplares dos Racionais MCs, MV Bill, Wu-Tang Clan e Sistema Negro. “Esse vai ser o tema do nosso próximo editorial”, adianta.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2024, edição nº 2878

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