Muitos não sabem andar de bicicleta, têm medo de circular em meio aos carros, são cheios de dúvidas na hora de comprar uma bicicleta ou querem apenas dicas para escolher a melhor rota até o trabalho. Seja qual for o dilema, há uma turma sob medida para ciclistas iniciantes. Formado por um grupo de amigos e 155 voluntários cadastrados na Grande São Paulo, o Bike Anjo tenta solucionar, gratuitamente, a maior parte dos problemas que podem impedir alguém de pedalar. “Nosso objetivo é melhorar a vida das pessoas e fazer com que elas levem menos tempo em seus deslocamentos”, explica o publicitário Carlos Aranha, 31 anos, um dos coordenadores da proposta.
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O projeto que se consolidou em dezembro de 2010 é voluntário e abre espaço para pessoas experientes que se disponham a ajudar os outros. Para fazer parte do grupo, é preciso primeiro preencher um formulário pelo site. Em seguida, os organizadores entram em contato, pedem referências e enviam um manual de conduta. Se aceita, a inscrição vai para um banco de dados e o candidato passa a trabalhar por um tempo informalmente, auxiliando quem já faz parte do grupo. Só depois será dado o título oficialmente.
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Para solicitar o serviço do grupo, é necessário se cadastrar no site e contar que tipo de dificuldade enfrenta. Os dados, então, são cruzados com o banco de voluntários, para avaliar o bike anjo ideal para cada tipo de situação, levando em conta principalmente localização e horário disponível. Feito isso, a organização coloca o “professor” e “aluno” em contato, e um teste prático é combinado. A partir daí, as aulas são acertadas diretamente entre os dois.
Quem não sabe andar de bicicleta ou têm muita insegurança, recebe como indicação frequentar a Oficina Aprendendo a Pedalar. O encontro gratuito ocorre na Praça Vegana (Avenida Paulista com a Avenida Angélica) todo último domingo do mês, às 15h. Organizada pelos Bike Anjos em conjunto com as Pedalinas, voluntários emprestam seu meio de transporte aos alunos e dão dicas de como começar a se aventurar sobre duas rodas.
Presente em 57 cidades brasileiras, o grupo quer crescer mais. “Ficamos três meses no Catarse [site que arrecada doações] e juntamos 22.000 reais para ampliar o projeto”, explica Aranha. “Vamos lançar em breve um sistema de inteligência com geolocalização para agilizar o processo de encaminhar os pedidos”, completa o produtor Ian Thomaz Puech, 28, outro coordenador. A ideia é que o sistema possa ser utilizado por outros países e que, em São Paulo, sobre mais tempo para oficinas em vários pontos da cidade. “Além disso, vamos eleger embaixadores em determinadas regiões fora da capital para descentralizar e dar mais autonomia aos outros municípios”, explica o advogado Raphael Oliveira, 32, também responsável pelo projeto.
DICAS PARA QUEM QUER PEDALAR NO TRÂNSITO
Raphael Oliveira, um dos coordenadores, conta alguns pontos que são passados aos iniciantes:
– A principal orientação é não andar colado na guia e, sim, ocupar um terço da rua. “O carro que vem atrás não vai se dar ao trabalho de desviar de você.” Ao ocupar o espaço correto, “o ciclista faz com que o veículo reduza a velocidade e desvie para a faixa seguinte caso queira fazer uma ultrapassagem”. Além disso, qualquer distração pode fazer com que a pessoa encoste a roda na guia e caia.
– Sempre sinalizar com a mão o que vai fazer, como curvas ou ultrapassagens
– Redobrar a atenção em curvas e cruzamentos
– Nunca ficar ao lado de um veículo no semáforo. “O mais indicado é sempre ficar à frente para não ser acertado.”
– Tentar se antecipar. “Quando estiver pedalando com carros estacionados na rua, preste atenção se alguém vai sair com o veículo ou abrir a porta.”