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Avenida Paulista tem primeiro casamento coletivo LGBT do país

O evento, no Clube Homs, oficializou a união de 22 casais homoafetivos

Por Mariana Gonzalez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 nov 2017, 10h31 - Publicado em 27 nov 2017, 19h37
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  • Há dezesseis anos, a Prefeitura de São Paulo organiza anualmente um casamento coletivo para formalizar a união de centenas de casais ao mesmo tempo. O evento, tradicional na cidade, ganhou pela primeira vez uma versão LGBT.

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    O Casamento Coletivo Igualitário aconteceu na manhã deste domingo (26), no Clube Homs, na Avenida Paulista. Vinte e dois casais participaram do evento, embora 39 estivessem inscritos.

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    A cerimônia, laica, foi celebrada pela atriz Nicoli Miranda, que convidou noivos e noivas ao palco para fazer o juramento e assinar as certidões simbólicas de casamento  as verdadeiras foram assinadas em dezesseis diferentes cartórios da cidade, gratuitamente, no sábado (25).

    Os documentos foram entregues pelos secretários de Direitos Humanos e Cidadania Eloisa Arruda e de Assistência e Desenvolvimento Social Filipe Sabará.

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    Disseram sim 36 mulheres lésbicas, 26 homens gays e 1 homem transsexual.

    A coordenação de políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos fez questão de destacar que o evento teve custo zero para os cofres públicos. Um edital aberto em setembro convidou empresas a patrocinar o evento.

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    Além da iniciativa privada, a Sabesp contribuiu doando garrafinhas de água aos noivos e convidados. Ministério Público, OAB e Defensoria Pública do Estado de São Paulo deram o suporte institucional.

    O cearense Raimundo Nonato de Lima e o boliviano Jesus Reinaldo foram o décimo quarto casal a dizer sim. Juntos há mais de dois anos, planejavam oficializar a união no ano que vem, mas viram no Casamento Coletivo Igualitário uma oportunidade de economizar para comprar a casa própria.

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    Jesus Reinaldo e Raimundo Nonato de Lima: um dos 22 casais que disseram sim durante o evento (Paulo Lopes/Sec. Municipal de Direitos Humanos e Cidadania/Divulgação)

    “É uma ocasião especial e emocionante, ainda mais porque o casamento gay ainda não é reconhecido no meu país”, disse Reinaldo, modelista de 31 anos que está no Brasil desde os 17.

    Ele levou dois meses para fazer sua roupa e a do marido  os modelos eram diferentes, mas as cores combinavam. Os dois se casaram na presença de alguns amigos e do irmão de Reinaldo, único parente do modelista que vive no Brasil.

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    As paulistanas Stela Marys Sisti e Fabiana Medeiros estão juntas há dez anos e já haviam assinado o contrato de união estável em 2011, mas decidiram se casar na esperança de que o novo regime ajude no processo de adoção.

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    “Já faz alguns anos que planejamos construir a nossa família e esse é o primeiro passo”, diz Fabiana Medeiros.

    Para elas, o evento representa uma luta que também é coletiva. “Todos aqui estão no mesmo barco, querem a mesma coisa. Esperamos que o casamento nos permita ser reconhecidas perante a sociedade e aos familiares, que não aprovam nossa orientação sexual”, completa Stela.

    Apesar da dificuldade de algumas famílias em aceitar a homossexualidade, não era raro ver pais e avós assistindo à cerimônia. Familiares e amigos lotaram o salão principal do Clube Homs e formaram uma plateia de pelo menos de 150 pessoas.

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    O advogado Marcelo Gallegoassessor jurídico de políticas LGBT da prefeitura, também aproveitou a oportunidade de dizer sim e oficializou a união com o companheiro Lúcio Serrano.  

    Casal durante a união coletiva: juramento no palco (Divulgação/Veja SP)

    Em 2012, quando estava à frente da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Eloisa Arruda foi responsável pela primeira assinatura coletiva de contrato de união estável LGBT, já que na época o casamento civil igualitário ainda não era reconhecido.

    O cenário mudou em 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça determinou que todos os cartórios do país realizassem a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

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    Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, a secretária negou que tenha enfrentado obstáculos ou comentários preconceituosos durante a preparação do evento.

    “Se fizeram críticas, eu não ouvi. Como defensora de uma sociedade plural e diversa, preciso respeitar esses comentários, mas é importante deixar claro que vamos continuar reiterando o direito das pessoas se expressarem e celebrarem o amor”, declarou ela.

    Ao final da cerimônia, Nicoli Miranda deixou clara a possibilidade de uma próxima edição no ano que vem.

    O Casamento Coletivo Igualitário terminou com os convidados se servindo de pedaços de bolo e assistindo ao cortejo de saída dos noivos para a Avenida Paulista  tudo ao som da versão instrumental da música Bad Romance, da cantora Lady Gaga.

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