Autor de ataque já havia sido transferido de outra escola por perfil violento
Informação foi dada pelo secretário de Educação Renato Feder; adolescente de 13 anos matou professora esfaqueada em escola na Vila Sônia
O aluno de 13 anos autor do ataque a faca que deixou uma professora morta e mais quatro feridos estudava na Escola Estadual Thomazia Montoro desde 6 de março, quando foi transferido de outra escola estadual, em Taboão da Serra, por ter tido “problemas de violência”. O secretário estadual de Educação, Renato Feder, afirmou durante coletiva nesta tarde que “ele teve problemas de violência na outra escola, a família foi contatada sobre isso”, mas que não poderia detalhar o assunto para não expor o adolescente, e não respondeu se o estudante tinha acompanhamento psicológico.
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O aluno tem um histórico de transferências: ele já havia estudado na escola da Vila Sônia quando mais novo, depois mudou para a a Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão. Em fevereiro, devido ao seu comportamento violento, foi novamente transferido para a escola atual. O processo de transferência geralmente é acordado entre a família e a direção da escola, quando o estudante tem problemas para permanecer em determinado local.
Feder foi informado pela direção da escola que, na última sexta-feira (24), houve um “conflito entre o agressor e um outro aluno”, no qual o autor do ataque teria proferido ofensas racistas ao colega. A diretora iria falar com o aluno nesta segunda, mas o ataque ocorreu antes disso. Feder ainda destacou que toda a rede estadual tem o programa Conviva, que oferece ações pedagógicas e psicossociais, e que pretende ampliar essas ações já existentes.
Em relação às ações policiais, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, destacou a rapidez com que a Polícia Militar chegou à escola: a ligação para o 190 foi feita às 7h18 e os agentes chegaram ao local às 7h21. Ele afirmou que houve outras tentativas de atentado neste ano nas cidades de São José dos Campos, Caçapava, Tupã e Monte Mor, mas que a ação das Polícias Civil e Militar impediram a concretização. O secretário ainda pediu que a população e a imprensa não divulguem o vídeo do ataque à escola ocorrido nesta segunda, porque poderia “estimular outros adolescentes e crianças a fazerem o mesmo”.
O autor do ataque tinha publicações em seu perfil do Twitter dizendo que faria o atentado, e que inclusive queria utilizar armas de fogo, mas que como não conseguiu, utilizaria a faca. Derrite justificou que o perfil do adolescente era restrito e que, por isso, não havia como a Polícia Civil ter antecipado o ataque.
“Existe um trabalho intersecretarias de ronda escolar. Esse garoto estava planejando fazer um atentado com arma de fogo e não conseguiu. Ele relatou informalmente isso também aos policiais civis e militares. O Twitter dele era restrito, só quem tinha acesso os usuários que eram amigos dele, mas há um trabalho de inteligência das polícias para desarticular esses atentados”, afirmou. “Todo mundo que curtiu ou fez um comentário dentro de postagem dele, serão acionados, e se forem menores de 18 anos, claro, os responsáveis vão ser chamados. Mais gente estava sabendo [do ataque]? Será que os pais do garoto não tinha um certo conhecimento de que ele iria fazer isso?”, destacou Derrite, explicando que tudo isso será investigado.