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“As pessoas do meu gabinete são negras”, diz vereador réu por racismo

Camilo Cristófaro comentou o fato de estar respondendo à Justiça por falar a expressão “é coisa de preto”

Por Clayton Freitas
9 nov 2022, 15h30

Ao comentar o fato de estar sendo acusado de racismo, e estar respondendo um processo judicial por isso, o vereador Camilo Cristófaro (Avante) afirmou nesta quarta-feira (9) que “70% das pessoas de seu gabinete são afros, assim como as pessoas que o seguem”.

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O comentário se deu um dia após a reportagem da TV Globo noticiar que ele terá de responder a um processo após ter sido flagrado pelo sistema de som da Câmara de Vereadores dizendo “é coisa de preto, né?”. A fala foi proferida no dia 3 de maio, durante uma sessão da CPI dos Aplicativos. Camilinho, como é mais conhecido, participava de forma remota, por meio de videoconferência. À época, ele deu várias versões diferentes e tentou justificar sua fala.

Depois de investigação policial provocada após denúncia da vereadora Luana Alves (PSOL), ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual em julho. Ele se tornou réu no dia 13 de setembro, quando o juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal da Justiça paulista acatar a denúncia.

A informação de que ele se tornou réu só se tornou pública após a reportagem da TV Globo, nesta terça-feira (8). A Vejinha confirmou a informação no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A decisão foi comentada pela vereadora.

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Nesta quarta-feira (9), durante a CPI da Pirataria, Camilinho falou por oito dos 28 minutos da audiência a respeito do processo. “O presidente dessa Casa é afro, meu amigo há mais de 20 anos. Eu tive uma fala infeliz, mas eu não tive um ato, eu não me dirigi a ninguém, eu não agredi ninguém, eu não ataquei ninguém”, afirmou.

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Ele disse também que a pedido de Milton Leite (MDB), o presidente da Câmara de Vereadores, fez a retratação. “Eu tinha feito, e farei sim. A humildade está na minha alma. A minha família está sofrendo, todos estão sofrendo”, disse.

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Em seguida o vereador disse que seus ídolos, entre eles o ex-jogador Pelé e Lewis Hamilton, piloto de Fórmula 1, são afros. Ele também citou a jornalista Aline Midlej, da Globo News, e Heraldo Pereira, da TV Globo, além dos motoristas de seu pai, que foi coronel da PM de São Paulo, que, segundo ele, eram negros.  “Eram afros e eles sentavam na mesa da minha casa, para tomar café da manhã com a minha mãe”, disse.

Procurado em seu gabinete e por e-mail para saber se suas falas não reforçariam um eventual racismo estrutural, Camilinho não respondeu até a conclusão desse texto.

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