“As Conchambranças de Quaderna” diverte sem esforço
Inez Viana estreia na direção em comédia com texto do dramaturgo paraibano Ariano Suassuna
O mundo do dramaturgo paraibano Ariano Suassuna é muito divertido, mas pouco surpreendente. Seus personagens de “O Auto da Compadecida”, “O Santo e a Porca” e “Farsa da Boa Preguiça”, por exemplo, são tipos populares, a maioria com caráter duvidoso. Por isso a figura do diretor torna-se fundamental. Em cartaz no Sesc Vila Mariana, a comédia “As Conchambranças de Quaderna” estrutura-se em duas histórias curtas, “Casamento com Cigano pelo Meio” e “A Caseira e a Catarina”, e marca a boa estreia na direção da atriz Inez Viana.
Ela imprime personalidade a uma encenação que extrai o riso da plateia sem esforço e utiliza a trilha sonora executada ao vivo para costurar as tramas narradas por dom Pedro Diniz Quaderna. Interpretado por Leonardo Brício, o protagonista usa incansavelmente a lábia para levar vantagem sobre os outros. Na primeira história, ele se envolve no troca-troca de noivos entre duas irmãs, uma delas sua afilhada (Débora Lamm). A segunda traz uma mulher (Claudia Ventura) que processa o diabo porque ele não cumpriu o trato de levar seu marido e a amante para o inferno. Brício se destaca sobretudo na peça de abertura, a melhor, amparado na ágil narrativa e no entrosamento dos demais seis atores. Os diversos painéis que atravessam o palco, fazendo aparecer e desaparecer os personagens, eliminam o fácil recurso do blecaute e valorizam a proposta da diretora.
AVALIAÇÃO ✪✪✪