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Amiga de Cristian Cravinhos conta os momentos que antecederam prisão

Condenado pela morte do casal Richthofen em 2002, ex-cunhado de Suzane estava em regime aberto e voltou a ser preso em abril deste ano

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 ago 2018, 17h45 - Publicado em 18 ago 2018, 12h45
 (Agliberto Lima / Estadão Conteúdo /AE/Veja SP)
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Em depoimento ocorrido em junho na 2°. Vara Criminal de Sorocaba (veja a íntegra no fim da reportagem), a vendedora Déa Aparecida Padilha, de 36 anos, que estava com Cristian Cravinhos no momento da prisão dele, ocorrida em 18 de abril deste ano, afirma que não havia arma e que ele não agrediu a ex-mulher, Shailiny de Mello e Silva, de 31 anos.

Cravinhos foi preso em flagrante por posse de munição (calibre 9 milímetros) e corrupção ativa (foi acusado de oferecer 1 000 reais para os policiais).

À Justiça, Dea, que conheceu o réu pelo Facebook havia cinco meses, diz que tentou prestar depoimento como testemunha ao delegado após a prisão, mas o pedido foi negado. “Subi com ele a rua e ela (Shailiny) saiu do carro discutindo. Aí o pessoal falou para eles se acalmarem, mas alguém ligou para a polícia. Eles só discutiram. Depois, ele voltou para o bar e ela foi atrás. Quando a polícia chegou, demoraram uma hora, uma hora e meia para virem falar comigo. Eles queriam saber da arma. O policial veio me revistar e eu não deixei.(…) Depois que uma policial feminina apareceu eles viram o colete e foram embora (…). Falaram que ele foi preso por agressão e porte de arma. Na delegacia não deixaram a gente conversar com ele. Levei um remédio para uma infecção no rosto, não deixaram e disseram que lá tinha remédio”, afirma.

O colete que Cristian Cravinhos estava usando era do grupo de moto Abutre’s Moto Clube. “Quando vi que chamaram a polícia, falei para o Cristian me dar o colete para guardá-lo, mas por causa do clube. Os abutres fazem muitos trabalhos sociais. Fica chato (o Cristian aparecer com a roupa). Como não tinha acontecido nada, achei que ele fosse voltar logo”.

Após ser preso, Cristian Cravinhos foi absolvido do porte de armas, pois a munição não havia sido disparada, mas ainda responde pelo crime de corrupção ativa. A sentença pode sair nas próximas semanas. Seu advogado, Ivan Peterson, tentou um habeas corpus para liberá-lo, mas o pedido foi negado em maio.

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(Divulgação/Veja SP)

Para tomar a decisão, a juíza Margarete Pellizari, da 2ª Vara Criminal da cidade, levou em conta o passado do réu.

O que impede, no caso dos autos, são as condições pessoais do réu e as circunstâncias de suas condutas. Ora, o réu, condenado por gravíssimo crime de homicídio triplamente qualificado à pena de 38 anos de reclusão, recentemente beneficiado com o regime aberto, estava nesta cidade, a aproximadamente uma centena de quilômetro de seu domicílio, tarde da noite, em um bar onde se envolveu em confusão, o que motivou o chamado da Polícia”, afirmou a magistrada.

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Condenado a 38 anos e seis meses de prisão pela morte do casal Manfred e Marisia von Richthofen, em 2002, Cristian saiu da cadeia em agosto de 2017 para cumprir a pena em liberdade condicional. Entre as medidas impostas estavam o recolhimento noturno e o impedimento de deixar a capital paulista, onde morava, sem autorização judicial.

Enquanto estava preso, o irmão de Daniel Cravinhos, que também foi para o regime aberto, se casou com a gerente de educação Shailiny de Mello, de 31 anos, com quem viveu os últimos onze anos, enquanto ele estava preso em Tremembé, no interior. Eles têm uma filha de sete anos.

Após a autorização de saída definitiva da cadeia, Cristian e Shailiny passaram a brigar muito, o que causou a separação. No entanto, ambos se encontravam aos fins de semana, numa tentativa de reconciliação. No dia da prisão de Cristian, a mulher, que mora em São Caetano do Sul, tentou contato por telefone e, como não obteve sucesso, usou um aplicativo instalado no celular do homem (um Iphone 7) para localizá-lo. Chegando a Sorocaba, Shailiny viu Cristian na companhia de Dea. Nesse momento houve a confusão e a polícia foi chamada.

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