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Amada Luna

Alguém entrou em minha vida. Alguém que uiva, morde o tapete e dá pulinhos cada vez que me vê. É a cachorrinha Luna, com pouco mais de 1 mês de idade. Husky siberiana, ela tem felpudos pelos brancos e lindos olhos azuis! Desde a perda de meu cachorro Uno, havia jurado nunca mais ter um […]

Por Walcyr Carrasco
Atualizado em 5 dez 2016, 18h24 - Publicado em 10 dez 2010, 23h04
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  • Alguém entrou em minha vida. Alguém que uiva, morde o tapete e dá pulinhos cada vez que me vê. É a cachorrinha Luna, com pouco mais de 1 mês de idade. Husky siberiana, ela tem felpudos pelos brancos e lindos olhos azuis! Desde a perda de meu cachorro Uno, havia jurado nunca mais ter um husky. Quando se perde um bicho ou mesmo alguém que se ama, não há substituição. O tempo aplaca o sentimento, mas sempre resta um vazio. Outras emoções podem surgir, que bom! Entretanto, a beleza de cada afeto perdido permanece viva dentro de cada um. Reconheço: às vezes me pego querendo ter de volta aquilo que já se foi. Quando meu cachorro morreu, pensei: “Não vou querer outro igual, não se troca um amor como um sapato, por um modelo mais novo”. Desabafei escrevendo “Anjo de Quatro Patas”, sobre mim e meu cão. E chorei muito diante do computador. Neste ano, aconteceu a surpresa. Um amigo do Rio, Canella, telefonou dias antes do meu aniversário.

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    — Quando você vem ao Rio? Comprei um presente e quero entregar em mãos.

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    — Acho que só daqui a dez dias.

    Captei um silêncio apavorado. Depois, Canella disse sem jeito:

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    — É que minha mãe não quer deixar o presente ficar no apartamento.

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    — Que presente é esse? Ai, meu Deus…

    — Você vai gostar. Só não posso contar o que é.

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    — É um… um husky, Canella? Um husky? Eu sei que é!

    Não foi mera adivinhação. Depois de ler meu livro, Canella comentou que ainda me daria um husky. Eu respondia:

    — Não invente uma coisa dessas!

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    Adiantou? Com a tranquilidade dos seus 26 anos, Canella encontrou um husky para mim. Preferiu a fêmea, por ser toda branca. Eu podia dizer não? Também não podia ir para o Rio, devido ao trabalho. Muito nova, a cachorrinha não podia vir de avião. Meus assistentes, Felippe e Zé Carlos, partiram de carro para resgatar a bebê husky. Exatamente no dia da retomada do Morro do Alemão.

    — E se eu levar uma bala perdida? — lamentava-se Felippe ao entrar no carro.

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    — Um cão merece qualquer sacrifício — tentei consolá- lo.

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    Voltaram no dia seguinte. Felippe com a calça molhada: a cachorrinha fez xixi em seu colo durante o trajeto.

    Quando entraram, despenquei escada abaixo. Lá estava ela, uma coisinha branca! Peguei no colo. Lambeu meu pescoço. Eu disse seu nome pela primeira vez:

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    — Luna!

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    E me apaixonei perdidamente.

    Agora está solta pelo apartamento. Morde meus pés, ai, que dentinhos afiados! Faz bagunça. Abana o rabo quando me vê. Eu não me canso de fazer carinhos. Existe coisa mais linda que um bebê, seja cão, gato ou humano?

    Temia que meus dois gatos a atacassem. Ao contrário. Movidos por algum instinto primitivo, Merlin e Shiva, apesar de muito maiores, fugiram de medo quando Luna chegou. Huskies são caçadores. É preciso que Luna se acostume com os gatos agora, que é pequenina. Ou mais tarde poderá confundi-los com uma refeição. Ao tentar promover a amizade, ganhei diversos arranhões felinos! Melhorou: os gatos já se aproximam de Luna, cautelosamente. Eu medito: “Se Noé conseguiu a convivência na Arca, por que eu não?”.

    Minha rotina mudou. Escrevo durante a noite, mas invento várias pausas para ver minha cachorrinha. Gosta de dormir no chão da cozinha, que é frio. Faz sentido. Um husky deve sofrer muito no calor! Eu sentiria o mesmo se vivesse enfiado em um casaco de pele! De manhã, quando acordo, corro para ver se ela está bem. Antes de deitar, o abraço! Já disse e repito: é uma paixão irremediável. Ainda posso viver muitos amores. Mas da minha Luna eu não me separo jamais!

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