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Adeus, barriga!

Meu maior presente neste ano não foi algo que ganhei, mas que perdi: a barriga! Deixei de prender a respiração para abotoar a calça. Saí do XL para o tamanho médio! Foram 22 quilos! Devo agradecer à crise aérea. Não enlouqueci, foi isso mesmo que eu disse. Há meses estava no Aeroporto Santos Dumont, no […]

Por Walcyr Carrasco
Atualizado em 5 dez 2016, 19h46 - Publicado em 18 set 2009, 20h18
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  • Meu maior presente neste ano não foi algo que ganhei, mas que perdi: a barriga! Deixei de prender a respiração para abotoar a calça. Saí do XL para o tamanho médio! Foram 22 quilos! Devo agradecer à crise aérea.

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    Não enlouqueci, foi isso mesmo que eu disse. Há meses estava no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A ponte aérea atrasou umas quatro, cinco horas. Comi pãezinhos de queijo. Tentei ler. Impossível, com aquela voz anunciando vôos sem parar. Resolvi caminhar pelo aeroporto: sempre é um exercício!

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    – Quem sabe libero as calorias dos pãezinhos de queijo! – tentei me convencer, com a barriga balançando à minha frente.

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    De repente encontrei um velho amigo, Eduardo, também atolado na decolagem. Depois de me olhar de alto a baixo, estendeu um cartão:

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    – Você tem de ir a minha clínica.

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    Quase perguntei por quê, mas não quis me arriscar a ouvir a resposta. Era uma clínica de rejuvenescimento e emagrecimento. Rapidamente, me despedi.

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    – Mais um fiscal de barriga! Eu sei me controlar! – argumentei ao partir em busca de um sanduíche de salame.

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    Quando finalmente embarquei, pedi uma refeição extra. Em casa, fiz mais um sanduíche para esperar o jantar.

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    – Segunda-feira começo um bom regime! – decidi.

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    Foi impossível. Tinha uma pizza na casa de amigos. Deixei para a terça e na quarta esqueci. Mas continuava sofrendo com a barriga! Se perguntava o preço de uma camisa, o vendedor me olhava com desprezo:

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    – Não temos o seu número!

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    Pior era tomar banho e nunca ver… os pés!

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    Decidi. Bati na porta do doutor Eduardo. Fiz exames de todo tipo. Em um deles, tiraram uma gota do meu sangue. Ao observá-la numa lâmina, a bióloga sabia até o que eu havia comido no almoço. A nutricionista me propôs a dieta do tipo sanguíneo. Pode parecer estranho. Mas há uma tese segundo a qual os alimentos ideais variam de acordo com os tipos sanguíneos. Lamentavelmente, nenhum dos tipos pode se esbaldar nas batatas fritas! E recebi a receita de muitos, muitos complementos alimentares. Passei a tomar pílulas no café-da-manhã, no almoço, no jantar e ao deitar. Sempre, se estou acompanhado, explico, ao pegar as cápsulas:

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    – Não estou à beira da morte. É um tratamento ortomolecular.

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    Recebo em troca um olhar de piedade! Ninguém acredita que seja só regime!

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    Depois de alguns meses havia perdido meio quilo, no máximo. Não mudou nem o furinho do cinto. Gemi. Pensei em largar, mas insisti. Permaneci longe das frituras, faltei a churrascos! Encarava meu prato, via três vagens, duas folhas de alface e um pedacinho de peixe esquálido. Tinha vontade de chorar! Ah, que saudade dos hambúrgueres, das picanhas, das travessas de torresmo!

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    Nem sei dizer quando ou como notei a calça mais larga. Meu pescoço ressurgiu do meio de um colar de banha. Em alguns meses perdi todos os quilos que sempre desejei! Vários índices melhoraram: o colesterol normalizou, o fígado está ótimo. Se entro em uma loja, o vendedor diz:

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    – Vou ver se tem tamanho médio!

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    Quase lhe dou um abraço!

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    Uma coisa aprendi: regime se faz com médico e nutricionista. Cada um tem sua técnica, seu método. Passei a vida toda tentando dietas de livros ou indicadas por amigos. E minha barriga continuava balançando, acusadora.

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    Mas a humanidade conspira contra os magros. Nunca ganhei tanto chocolate. Quando tento recusar uma sobremesa, vem o sorriso:

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    – Agora você pode! Só um pedacinho!

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    Gente malvada! Querem me engordar! Serei forte! Agora que perdi a barriga, não quero achá-la nunca mais!

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