Após pedido de moradores pelo fim da folia na Vila Madalena, promotor diz que “cancelar Carnaval é uma loucura”
O Ministério Público realizou nesta quarta (4) uma reunião pública com a prefeitura, Polícia Militar e diretores de bloco carnavalescos a respeito das denúncias de confusão durante o Carnaval de rua na Vila Madalena. Durante o encontro, os moradores exibiram um vídeo produzido após os desfiles dos cordões no sábado (31). As imagens mostram ruas sujas, pessoas […]
O Ministério Público realizou nesta quarta (4) uma reunião pública com a prefeitura, Polícia Militar e diretores de bloco carnavalescos a respeito das denúncias de confusão durante o Carnaval de rua na Vila Madalena. Durante o encontro, os moradores exibiram um vídeo produzido após os desfiles dos cordões no sábado (31). As imagens mostram ruas sujas, pessoas gritando e música alta durante a madrugada. A gravação também denuncia o desrespeito à lei do Psiu, com bares funcionando até depois de 1h.
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O encontro foi resultado da representação encaminhada à Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da capital no último dia 14 por um grupo de moradores chamado Sossego Vila Madalena, liderado pelo empresário Tom Green. É ele o autor do vídeo que mostra como fica a Vila Madalena após o término dos blocos.
O desejo dos moradores era vetar a saída dos cordões. A hipótese, no entanto, não chegou nem ser cogitada pela autoridades. “Cancelar o Carnaval é uma loucura”, disse o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes. Segundo ele, os blocos são, em sua maioria, divulgados por redes sociais e é impossível controlar o acesso aos locais. “Só se suspender a internet na cidade. Isso é uma maluquice”, disse.
Presidente da Sociedade de Amigos e Moradores da Vila Madalena (Savima), Cassio Calazans afirma que os maiores transtornos ocorrem após a dispersão dos blocos. “O problema é o pós-bloco. As pessoas não vão embora e ficam até de madrugada. Há brigas e pancadões”, observa. “Aceitamos o Carnaval e gostamos de brincar, mas desde que haja respeito e limite de horário.”
A prefeitura apresentou neste Carnaval um plano de atuação nas ruas. No entanto, o promotor defende que os blocos deveriam ser pulverizados em todas as regiões da cidade. Neste ano, dos 300 cordões que desfilarão, 86 são da área da Subprefeitura da Sé, e 67 da Subprefeitura de Pinheiros.
Na primeira semana de março, após o encerramento da passagem dos blocos, o MP promete realizar uma nova reunião para avaliação da atuação dos órgãos públicos. O promotor também solicitou que a Polícia Militar apresente um relatório com a capacidade de foliões que cada rua pode receber.
“É preciso passar por essa experiência. O Carnaval de rua ressuscitou em São Paulo e veio para ficar, mas é preciso encontrar um formato saudável para toda a cidade”, observa Lopes.