Sob forte esquema de segurança, Bolsonaro ficará até dez dias internado
Presidente eleito vai retirar em dezembro, no Hospital Israelita Albert Einstein, bolsa de colostomia
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) será submetido a uma nova cirurgia, desta vez para a retirada de uma bolsa de colostomia, instalada na parede do intestino. O procedimento, desmarcado pelo menos três vezes devido a compromissos políticos da transição de governo, deverá ser realizado em janeiro no Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul. Nesta sexta-feira (23), o político visitou o local para fazer exames preparatórios.
Diferentemente das duas outras operações, ocorrida às pressas, após o então candidato ser esfaqueado durante um evento em Juiz de Fora (MG), em setembro, a próxima será programada. O tempo de recuperação deverá durar até dez dias.
Sob os cuidados do cirurgião Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, de 67 anos, especializado na cirurgia do aparelho digestivo, a operação consiste em juntar as partes do intestino que foram separadas para que a bolsa, que tem a função de armazenar as fezes, seja retirada. “A bolsa de colostomia é retirada e a ponta do intestino que terminava na bolsa é reconectada ao segmento do intestino que estava fechado dentro do abdômen“, afirma o gastrocirurgião Wagner Marcondes, 49 anos, membro da equipe de Macedo e um dos médicos que operaram Bolsonaro na segunda cirurgia, em São Paulo. Ele faz parte do grupo de profissionais que cuidam do presidente eleito e deverá participar da nova operação de dezembro.
O próximo procedimento requer anestesia geral e tem tempo previsto de realização de aproximadamente duas horas. No pós-operatório, o objetivo dos médicos é fazer com que o órgão volte a funcionar naturalmente.
Enquanto está com a bolsa de colostomia, Bolsonaro não possui limitação alimentar (nos últimos fins de semana, apareceu em vídeos fazendo churrasco para amigos e familiares), o que deve mudar após o dia 12. “Ele deverá se alimentar bem e quando o intestino voltar a funcionar, o que pode levar de três a dez dias, ele irá para casa”, prevê Marcondes.
Segurança
Outra diferença em relação às duas cirurgias – uma em Juiz de Fora e a segunda em São Paulo – é que o presidente eleito estará sob forte esquema de segurança da Polícia Federal. Os trâmites são mantidos em sigilo e apenas o chefe da segurança do centro médico saberá dos detalhes.
O hospital, aliás, possui um rigoroso protocolo de sigilo e informações. Não raro um paciente é internado com outro nome. Recentemente, um ministro do STF passou por uma cirurgia no endereço, entrou e saiu pela ala de funcionários e ninguém ficou sabendo de sua estada no centro médico.
Além da segurança física, a das informações em casos de pacientes VIP também é objeto de sigilo. Apenas os médicos que fazem parte da equipe podem acessar os prontuários. Caso algum profissional “curioso” entre no sistema, seu login é suspenso durante 24 horas e ele leva uma advertência. Em caso de reincidência, pode haver suspensão.