O bartender Frajola deixa o SubAstor e monta bar próprio, o Sylvester
O profissional, que passou 16 anos entre Astor e SubAstor, abre neste domingo (1º) em Pinheiros o endereço em parceria com o ex-colega Netinho, do Majestic
Um dos bartenders mais talentosos da cidade, Rogério Weliton Souza, conhecido como Frajola, abrirá o seu primeiro bar, o Sylvester, dedicado aos coquetéis, em Pinheiros.
“Não estou mais trabalhando no SubAstor“, me contou Frajola na tarde deste sábado (30). A informação também foi confirmada por um dos donos do bar. Uma grande perda ao Sub, que é um dos melhores bares de drinques de São Paulo.
Frajola serviu seu último coquetel no bar da Vila Madalena na quarta (27). Ele estava na casa desde a abertura, em 2009, e era, há mais de cinco anos, braço-direito do bartender Fabio la Pietra. Chegou a assumir interinamente o balcão por nove meses, no período em que o titular deixou o bar para montar o Peppino, no Itaim Bibi, em 2016. Em junho de 2017, la Pietra acabou voltando atrás e retornou ao antigo posto.
Há dezesseis anos, Frajola trabalhava para a Cia. Tradicional de Comércio, entre os bares SubAstor e Astor. Conquistou fãs pela mestria com que prepara misturas etílicas e por levar a hospitalidade — item fundamental em um bar de coquetelaria — a sério como poucos.
A abertura do Sylvester — o nome é uma clara referência ao personagem Frajola, da série de desenhos Looney Tunes — está marcada para este domingo (1º), a partir do meio-dia. Aí vai o endereço: Rua Maria Carolina, 745, bem perto do imóvel do Boteco Paramount, atualmente fechado por problemas com a prefeitura.
Dois dos parceiros de Frajola vêm justamente do Paramount e são também donos do Majestic, na Vila Madalena: o bartender Netinho, com quem trabalhou por mais de dez anos no Astor, e o sócio Edvelton Oliveira. Junta-se ao grupo Emerson Araújo, ex-maitre de casas do Grupo Leopolldo.
De fachada toda envidraçada, o Sylvester tem um salão simples, como pude constatar em minha visita na quarta (30), quando os sócios faziam alguns ajustes. O balcão fica logo à esquerda de quem entra, ao redor do qual estão dispostos bancos altos de bambu e algumas mesas. Para evitar problemas com a vizinhança, foi feito revestimento acústico em uma das paredes.
Na carta, seis coquetéis são criações de Frajola. É o caso do twity (vodca, purê de cenoura, xarope de mel, limão e hortelã). O vegetable negroni é uma versão do clássico italiano de gim, Campari e vermute tinto que troca o destilado por tequila com infusão de beterraba. Outra pedida é o sylvester, uma versão do daiquiri que leva rum, limão-cravo e xarope de café com tangerina.
Os drinques autorais vão custar 26,90 reais. Os clássicos — praia em que Frajola nada muito bem –, 25,90 reais. Para comer, receitas adoradas por boêmios das antigas constam no menu, como o filé oswaldo aranha (45,90 reais) e o picadinho (39,90 reais), prato que faz muito sucesso no Astor.
Nascido em 1981 na cidadezinha de Marco, no Ceará, Frajola se mudou para São Paulo em 2001. Em 2002, já era ajudante de bar no Astor, um dos melhores bares da capital. Nos últimos nove anos, deu expediente no SubAstor, que funciona no porão da casa. No início de 2018, assinou pela primeira vez uma carta de drinques, na nova unidade do Astor, no Shopping JK Iguatemi.
OBS.: na primeira versão desta reportagem, constava que o bartender Netinho era sócio da casa. Entretanto, ele fez uma retificação e disse que tem uma parceria com os proprietários, mas não faz parte, formalmente, da sociedade do bar.
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