Vila Maria Zélia completa 100 anos
Criada em 1917 para abrigar empregados de fábrica, o espaço na Zona Leste acabou recebendo perseguidos políticos do Estado Novo
Uma extensa programação de atividades culturais celebra o centenário de fundação da Vila Maria Zélia neste mês. As atrações incluem um piquenique com música, no sábado (20), e exibição de vídeos no armazém da região, no dia 27.
Concebida para abrigar as famílias dos 2 100 funcionários da Companhia Nacional de Tecidos de Juta, a vila, no bairro do Belenzinho, na Zona Leste, foi inaugurada em 1917, após cinco anos de obras.
Idealizado pelo industrial Jorge Street e projetado pelo arquiteto francês Paul Pedraurrieux, o complexo incluía escolas (uma para meninas e outra para meninos), restaurante, salão de baile, campo de futebol e uma igreja, a Capela São José.
Com residências que contrastavam com os precários cortiços do entorno, a vila operária passou poucos anos nas mãos de seu fundador. Street se desfez de tudo para quitar dívidas. Depois de pertencer às famílias Scarpa e Guinle, o lugar acabou improvisado como cadeia durante o Estado Novo, na década de 30, chegando a abrigar 700 presos políticos.
Em 1992, o espaço foi tombado pelos conselhos de preservação do patrimônio histórico do município (Conpresp) e do Estado (Condephaat). Hoje, serve de locação para filmes e novelas.