Com proliferação de candidatos, causa animal tem poucos eleitos
Votos para concorrentes que defendem a bandeira acabaram pulverizados
Não foi por falta de candidatos. No caso de deputado federal e estadual, eram pelo menos 26 concorrentes no Estado de São Paulo com a causa animal entre as bandeiras principais. Nesta eleição, entretanto, o tema não recebeu a atenção esperada. O que pode explicar o resultado é que, com tantos concorrentes, os votos acabaram pulverizados, elegendo poucos representantes envolvidos com os bichos.
Ficaram de fora, por exemplo, Feliciano Filho (PRP), que está em seu terceiro mandato como deputado estadual e não conseguiu a reeleição. Ele é autor da lei que proíbe matar indiscriminadamente cães e gatos nos centros de zoonoses municipais, entre outras. Acumulou mais de 80 000 votos, marca expressiva, mas não garantiu uma vaga na Assembleia por causa do coeficiente eleitoral.
Até o clã Tripoli, que costuma ter votos praticamente espontâneos por causa do sobrenome ligado ao assunto, não emplacou nem Rubens (PSDB), como federal, nem Giovanna (PSDB), como estadual. Roberto Tripoli (PV), atual deputado estadual, não tentou a reeleição. E Ricardo, que buscou o cargo de senador, acabou igualmente para trás. Agora, para ano que vem, sobrou da família em atividade na política apenas Reginaldo (PV), no papel de vereador.
Sobressaiu-se no pleito de 2018, entretanto, Bruno Ganem (PODE), de 32 anos, que recebeu mais de 150 000 votos e virou deputado federal. Entre suas principais propostas, aparece a criação da farmácia popular veterinária, com medicamentos gratuitos. ” Precisamos somar forças”, diz. “Com a saída de alguns políticos, tenho uma responsabilidade a mais.”
O delegado Bruno Lima (PSL), que se consagrou deputado estadual, e Ricardo Izar (PP), reeleito deputado federal, também são defensores da causa e mostraram sucesso nas eleições.