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Cães e gatos são inimigos?

O zootecnista Alexandre Rossi responde; saiba como fazer a sociabilização entre os dois em casa

Por Alexandre Rossi
11 mar 2019, 17h16

A imagem de cães perseguindo gatos foi eternizada em quadrinhos, desenhos animados e no cinema. E muita gente tem dúvidas se existe uma inimizade natural entre essas duas espécies.

Mas a questão não diz respeito a inimizade: cachorros se sentem motivados a caçar gatos (alguns mais do que outros), pois se trata de um comportamento instintivo, eles sentem prazer em agir assim. Já o gato se vê como presa: ou congela (fica imóvel) ou sai correndo em disparada, e no momento em que foge acaba estimulando a maioria dos cães a caçá-los. E se for mais rápido e ágil, consegue subir em uma árvore ou se esconder em algum lugar e acaba se livrando do ataque.

Portanto, não se trata de uma “guerra”, mas sim de comportamentos instintivos apresentados por cada uma das espécies.

Sociabilização

Quando sociabilizamos gatos com cães (especialmente até os 2 meses de vida) pode acontecer de gato não ter medo de cachorro em situação nenhuma, o que pode colocá-lo em risco durante a sua vida.

Há felinos que não veem risco nenhum na presença de cachorros, não demonstrando medo nem comportamento de fuga. Por um lado, é algo positivo, pois ele não tende a sair correndo e a estimular o cão a caçar. Mas, por outro lado, se não protegemos gatos assim dos cães, os felinos correm o risco de ser atacados. Portanto, é importante que um certo medo ainda ocorra, já que é uma emoção essencial para a sobrevivência da maioria dos animais.

Já a sociabilização de filhotes de cães com gatos (até os 3 meses de idade) ajuda bastante para que convivam bem com a outra espécie durante a vida, uma vez que foram habituados ao convívio com eles desde muito novos.

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Mas e se são adultos?

Em alguns casos, pessoas adotam um cão e já têm um gato em casa (ou vice-versa) e a convivência pode se tornar difícil por conta do instinto de caça da espécie.

Para o treino de adaptação do cachorro com o gato sem ataques deve-se criar um ambiente onde o felino fique tranquilo, pois esse treino pode demorar e é importante que ele relaxe em algum local quando não estiver em situação de treinamento.

É essencial controlar o estímulo: o gato deve estar mais distante, em uma caixa de transporte que já esteja acostumado, para que fique bem à vontade. Para saber se ele está confortável, verifique se está comendo, se tem apetite e se está brincando. Se ficar muito apavorado, o estímulo está alto, muito perto, então é preciso recuar.

Da mesma forma com o cão: se a distância em que o gato está não permite que ele foque em outra coisa que não o gato, está muito perto. Ele precisa conseguir comer, brincar e, de vez em quando, observar o gato.

Neste momento, pode-se associar com o NÃO, mostrando limite, onde ele não pode ficar com olhar fixo para o gato, que geralmente antecede um bote. Controlando esse comportamento é mais fácil antecipar a atitude do cachorro.

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Quando notamos que já é possível controlar as reações do cão e o gato está confortável, começamos a aumentar os estímulos, deixando o gato sair para caminhar fora da caixa, sempre com muito cuidado. Depois, estimule o felino a se mover de um lugar para outro com pessoas se mexendo, pois tudo pode ser estímulo para o cão caçar. Lembre-se de sempre controlar o cão na guia nesses treinos.

É importante testar todas as situações, garantindo a segurança geral, sempre deixando os animais relaxarem. Ao final de cada sessão de treinamento, coloque o gato em um local protegido novamente.

Quando percebemos que não existe mais nenhum estímulo que faça o cão querer atacar o gato, aí é o momento de poder descansar e deixá-los juntos, sempre dependendo da evolução dos treinos e da reação que os animais apresentam.

Por Alexandre Rossi, zootecnista, especialista em comportamento animal e sócio-fundador da Cão Cidadão.

Alexandre Rossi, zootecnista (Divulgação/Divulgação)
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