Como lidar com cães que mostram agressividade por posse
O zootecnista Alexandre Rossi fala sobre o problema a partir do caso da cadela Lomita
O episódio no qual mostramos a Lomita no Tá Osso (a websérie com casos de pets que apresentam alguma questão comportamental que comprometa o relacionamento com as famílias, exibido nas minhas mídias sociais) tem alguns pontos que podem ajudar pessoas a lidar melhor com determinados comportamentos de seus cachorros.
A Lomita é uma cadelinha amorosa e bastante apegada a seus tutores, que viajam por vários lugares numa Kombi. Uma das atividades do casal é vender artesanato (discos de vinil estilizados) por aí. Mas uma das questões apresentadas pelo pet quando conhecemos a família tinha relação, justamente, a esses momentos. Ele latia e avançava em quem que se aproximava para conversar ou dar uma olhada nos trabalhos.
Agressividade por posse
Proteger recursos que são valiosos para o cão é um comportamento natural e instintivo, pois o ajuda a manter o que é necessário a salvo. O problema surge quando isto se torna frequente e atrapalha a convivência com as pessoas.
Foi exatamente assim com a Lomita: ela se tornou possessiva com a sua “casinha”, sua “toca”, ou seja, a Kombi (nem sempre o comportamento possessivo é direcionado só à comida)! E toda vez que alguém se aproximava, ela tentava afastar essa “ameaça”.
Como lidar?
A dica de ouro para treinos de agressividade por posse é fazer o cão perceber que as pessoas ou animais que se aproximam não vão retirar nada que seja importante ou valioso para ele. Melhor ainda: vão oferecer coisas mais interessantes ainda!
No caso da Lomita, trabalhamos com várias pessoas que se aproximavam e, antes que ela apresentasse sinais de agressividade, alguém oferecia uma recompensa que ela adora. Ou seja, em vez de sentir que estava na iminência de perder algo, a Lomita passou a associar que pessoas que se aproximavam dela e da Kombi geravam coisas bacanas.
O mesmo princípio pode ser aplicado com qualquer cão que esteja apresentando agressividade possessiva. Se for direcionada a alimento, a mão que se aproxima irá sempre acrescentar algo a mais, jamais tirar (cuidado quando o cão morde: talvez seja necessário usar uma mão falsa para garantir a segurança).
Maior controle
No caso da Lomita, outro fator que piorava o comportamento era ela ficar solta ao redor da Kombi em muitas situações. Assim, conseguia correr e mostrar sinais agressivos o que, por si só, já é uma ação recompensadora.
Por isso, uma medida que ajudou muito foi mantê-la numa guia longa para que os tutores pudessem ter maior controle nestas situações. Assim, foi possível frustrá-la em alguns ataques.
Com os treinos e a dedicação intensa do casal, a Lomita apresentou muita melhora, o que ajudou na convivência e deixou todo mundo mais tranquilo.