Embora mais frio e menos emotivo do que de costume, o argentino Juan José Campanella, diretor de O Filho da Noiva (2001) e Clube da Lua (2004), consegue manter o interesse com um drama ambientado em duas épocas distintas. Em 1974, o estupro seguido de assassinato de uma moça de 23 anos leva Benjamin Espósito (Ricardo Darín), um oficial de justiça, a empreender uma busca implacável pelo criminoso. Depois de 25 anos e já aposentado, Benjamin escreve um livro sobre a tragédia e tenta acertar os ponteiros do amor com sua ex-chefe (papel de Soledad Villamil). Experiente diretor com passagens pela TV americana, Campanella soube fazer seu lobby em Hollywood e tirou do favorito A Fita Branca o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010. Se a subtrama romântica flutua desajeitadamente no roteiro, o enredo policial ganha pontos pela tensão e pelas surpresas. A realização de Campanella é irretocável. Repare, por exemplo, no formidável plano-sequência, com cerca de cinco minutos, rodado num estádio de futebol. São momentos com esse que dão fôlego ao sétimo longa-metragem do maior nome do cinema argentino da atualidade. Estreou em 26/02/2010.
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