Peças de mulherzinha tomaram os palcos. Em cena, elas reclamam da falta de bons partidos ou choram por causa da barra de administrar a família, o trabalho e o corpo. Mas e os homens, como ficam? O monólogo O Homem das Cavernas, interpretado por Norival Rizzo, prova que as divagações masculinas também podem originar um interessante filão. Escrito em 1991 pelo americano Rob Becker, o texto foi montado em 35 países e agora ganha a primeira encenação no Brasil, sob a direção de Alexandre Reinecke. Faz parte de um projeto que deve originar outras três montagens em 2010 – no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Salvador, com atores locais. Muito à vontade, Rizzo apresenta uma naturalidade semelhante ao improviso. Ele é um sujeito indignado com os mal-entendidos da relação entre homem e mulher. Começa sua defesa lá pelos primatas e chega às reclamações cotidianas. Se, à primeira vista, o espetáculo parece uma sucessão de piadas machistas, o carisma de Rizzo reverte o jogo e, malandramente, aponta uma superioridade feminina. Com bom timing, o ator não se esforça para arrancar risadas – mesmo que algumas moças da plateia insistam em franzir a testa – e tira proveito do previsível. Estreou em 24/10/2009.
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