Chega aos cinemas com atraso de cinco anos o tocante documentário do diretor chileno Patricio Guzmán. É muito interessante a mistura da beleza explícita e da tragédia oculta que o realizador faz em Nostalgia da Luz. O foco recai no Deserto do Atacama, o lugar mais seco do mundo e, por isso mesmo, centro dos maiores telescópios do planeta. O filme começa mostrando o trabalho dos astrônomos e a riqueza do céu cristalino, perfeito para observar as estrelas. Em seguida, Guzmán muda o tom do registro para tratar da face “suja” do Atacama. A partir de 1973, o governo militar do ditador Augusto Pinochet montou lá um campo de prisioneiros políticos. Milhares deles foram assassinados e enterrados. Ainda hoje, seus parentes procuram pelos restos mortais. Narrado pelo próprio cineasta, o longa-metragem consegue dar uma visão ampla de um ponto da Terra tão inóspito quanto fascinante. Estreou em 26/2/2015.