Love – Filme

- Direção: Gaspard Noé
- Duração: 134 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: França/Bélgica
- Ano: 2015
Resenha por Fernando Masini





Cinquenta Tons de Cinza parece uma matinê ao ser comparado a Love, o filme de Gaspar Noé que chocou o Festival de Cannes deste ano ao mostrar um drama erótico repleto de sexo explícito. Sim, há, de fato, muitas cenas hardcore desde o primeiro minuto. O que não significa dizer que estamos diante de uma fita pornô com histórias banais. Como o título deixa claro, trata-se de um complexo jogo de amor que envolve duas mulheres e um homem. Murphy (interpretado por Karl Glusman) está infeliz com a vida que leva ao lado de Omi (Klara Kristin), com quem tem um bebê. Ao receber um telefonema da ex – sogra, desesperada devido ao sumiço da filha, o jovem desperta na memória o caso antigo com Electra (Aomi Muyock). A partir daí, a fita praticamente abandona o tempo presente para revelar ao espectador como se construiu a relação entre Murphy e Electra. Tudo teve início numa festa em um parque. Contagiados pela paixão adolescente, os dois decidem testar todos os limites: experimentar um triângulo amoroso, visitar uma casa de suingue por recomendação de um policial afeito à troca de casais e compartilhar o quarto com um travesti. E tudo em 3D! Noé, que já havia escandalizado o público com a longa cena de estupro de Irreversível, é bem sucedido ao oferecer um estudo do amor em atrito com as convenções sociais e sinalizar como ele pode ser intenso e nocivo. Mesmo que seja repetitivo — as posições mudam, mas o roteiro não sai do lugar —, Love é corajoso por não separar o sexo do amor. Estreou em 10/9/2015.