Duplo Olhar
Resenha por Laura Ming
A curadora Denise Mattar escolheu 116 peças (entre cerca de 1.000) da coleção particular do advogado Sérgio Carvalho, de 53 anos, para compor a mostra Duplo Olhar — o dele e o dela. Ali se propôs a apresentar um panorama da produção brasileira dos últimos vinte anos. Na seleção encontram-se artistas jovens e consagrados das cinco regiões do país, agrupados por assuntos recorrentes na arte contemporânea. Entre os destaques da nova geração está o hypado Jonathas de Andrade, com a encantadora fotoinstalação Ressaca Tropical. Ela relembra casos amorosos em pequenos bilhetes misturados com imagens. Uma outra versão da obra integra o acervo do museu britânico Tate Modern. Dos trabalhos dos nomes mais experientes que, de alguma maneira, se referem a paisagens em suas criações, sobressai a instalação Derrapagens, de Regina Silveira (as marcas de pneu cobriram a loja da UMA, na Vila Madalena, em 2010). No núcleo Non-Sense Stories surgem alguns novatos que estão se tornando badalados, como Ana Elisa Egreja (que vendeu todos os quadros em sua última individual, na Galeria Leme) e Flávio Cerqueira, representado por duas esculturas da série Ensimesmados. Uma curiosidade: as peças ficam expostas na casa e no escritório de Carvalho, assim como na residência de parentes e amigos, em Brasília. De 25/1/2014 a 6/4/2014.