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Dilúvio

Comida & Bebida, Lazer & Cultura, Shows & Noite.

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 20 nov 2017, 15h35 - Publicado em 31 out 2017, 13h27
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    Não espere do dramaturgo e diretor Gerald Thomas uma história mastigada, com início, meio e fim. No mínimo, haverá uma provocação ou aquela sensação de incômodo na saída do teatro. Em Dilúvio, o encenador, ausente dos palcos brasileiros desde a comédia Entredentes (2014), protagonizada por Ney Latorraca, não trai seus princípios. Pelo contrário, oferece ao espectador um conjunto de cenas de impressionante beleza plástica, em sua maioria coerentes com a proposta, que remete a um apocalipse iminente. Uma narração em off avisa: daqui a mais ou menos três anos, a III Guerra Mundial será deflagrada, muito por causa do excesso de informações e notícias falsas em circulação na internet. A população, porém, não percebe o perigo e alimenta a intolerância. Representada pela atriz portuguesa Maria de Lima, a personagem central é um travesti errante, que testemunha brigas, estupros e raras demonstrações de carinho. Calejada, ela é uma sobrevivente do preconceito e deposita certa esperança no futuro, como nos momentos em que rega seu jardim na boca do palco. Para construir imagens como essa, Thomas estreita de forma radical o diálogo com as artes visuais e a dança. As bailarinas Lisa Giobbi e Julia Wilkins esbanjam técnica em coreografias, a maioria aéreas, que reforçam a dramaturgia e, com lirismo, amenizam o pessimismo inicial. O encenador desenhou um fim do mundo em que a população é usada como munição e recorreu a temas pertinentes, como o feminicídio, a homofobia e a intolerância, para expandir a compreensão da obra. Assim, montou o melhor espetáculo desde Um Circo de Rins e Fígados (2005) e comprova que seu teatro é bem maior do que qualquer polêmica. As atrizes Ana Gabi, Beatrice Sayd e Isabella Lemos completam o elenco. Estreou em 11/11/2017.

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