Quando a melhor coisa de um filme de ficção é a seleção de imagens reais de época, tem algo errado. O roteiro, de traços biográficos, foi escrito pelo também diretor Cláudio Marques. Ambientado na Bahia, o drama flagra um dos momentos mais efervescentes do país quando o povo, em 1984, saiu às ruas para pedir eleições diretas. Em cenário conturbado, o adolescente Caio (Pedro Maia) mostra-se um rebelde inconsistente. Ligado a um grupo anarquista, participa das transmissões de uma rádio pirata e ajuda num fanzine chamado O Inimigo do Rei. Não fosse por alguns objetos de cena (como o velho mimeógrafo), a trama soaria ainda mais artificial. Diálogos empostados (muitos deles com frases feitas e palavras de ordem) e atuações fracas contribuem para tornar o resultado anêmico. Para piorar, há uma insuportável trilha sonora escorada no punk-rock. Estreou em 15/1/2015.
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