Autor e diretor de forte identidade com o caráter realista, Mário Bortolotto tira grande proveito quando encena textos de comunicação direta com o universo contemporâneo e marginal. Foi assim com Killer Joe (2014), de Tracy Letts, e, agora, com o drama familiar Criança Enterrada, do americano Sam Shepard. Na peça, o casal Dodge (interpretado por Paulo César Pereio) e Halie (papel da ótima Dida Camero) administram a duras penas suas terras e a fragilidade psicológica dos filhos (vividos por Carcarah e Walter Figueiredo). A visita do neto (o ator Thiago Pinheiro) e da namorada (a atriz Ana Hartmann) traz à tona um segredo escondido há décadas que explica as dores e os traumas de cada um deles. A forte presença de Pereio, na pele do patriarca impotente, endossa a digital realista proposta por Bortolotto, que não alivia sequer o desgaste físico evidente do artista e também justifica a sua escalação. Com Nelson Peres. Estreou em 21/10/2016. Até 11/12/2016.
Renascimento do Centro
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