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Polícia investiga 23 queixas de ataques com seringa no metrô

Cerca de dez policiais e seguranças à paisana circulam diariamente pelas estações em busca dos agressores

Por Mariana Zylberkan
Atualizado em 1 jun 2017, 15h56 - Publicado em 20 set 2016, 17h34

A Polícia Civil registrou 23 boletins de ocorrência de vítimas de ataques com seringa em estações do metrô nos últimos três meses. A maioria dos casos aconteceu em horários de pico e nas estações de maior movimento, como Sé e República da linha 3-Vermelha. 

De acordo com o delegado da Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), Rogério Marques, um suspeito foi identificado por meio de um retrato falado nesta terça-feira (20) e levado à delegacia para prestar depoimento, mas nenhuma vítima o reconheceu e ele foi liberado. O homem é acusado de ter atacado uma adolescente dentro de ônibus no bairro do Ipiranga no início de agosto.  

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Dos 23 boletins de ocorrência registrados pela Delpom, apenas seis vítimas quiseram dar continuidade às investigações e as queixas se tornaram inquéritos policiais, segundo o delegado. Em um deles, uma mulher chegou a levar aos policiais a agulha que a atingiu e ficou presa em sua roupa. Em outro depoimento, uma mulher disse ter conseguido pegar a seringa da mão do agressor, mas a derrubou no vão do trem. “Cada um descreve um agressor diferente, por isso a apuração é complicada”, diz o delegado. 

Para ajudar nas investigações, policiais civis e seguranças à paisana têm circulado diariamente pelas plataformas das principais estações em horário de pico. Três retratos falados foram divulgados pela Polícia Civil na última sexta-feira (16).    

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Um dos ataques mais recentes foi relatado na última quarta-feira (14) pela estudante universitária Sami Fernandes, 22 anos, em sua página no Facebook. Ela contou que estava indo para a faculdade dentro do vagão na estação Sé quando sentiu algo lhe espetar na região lombar. “Eu só senti porque contraí o músculo e percebi que não era um esbarrão qualquer”, disse. 

sami fernandes
sami fernandes ()

Desesperada, ela lembra que desceu na estação Liberdade, ligou para a mãe e foi para o Hospital Emílio Ribas, de onde saiu com uma receita de coquetel de remédios anti-HIV que deverá tomar por 28 dias. O tratamento é chamado de profilaxia pós-exposição e é composto por medicamentos que fazem parte do tratamento da Aids. “Por culpa de um psicopata tenho que fazer um tratamento contra AIDS, para hepatite, fazer vários exames, e por conta dos remédios, terei vários efeitos colaterais que vão atrapalhar a minha vida”, lamenta a estudante. 

Em meio a casos reais como o da estudante, a divulgação de que há um “maníaco da seringa” em ação nas estações de metrô tem aumentado os registros de ocorrências “por pânico”, de acordo com o delegado Marques da Delpom. “No meio do empurra-empurra nos horários de pico é comum os passageiros sentirem algo lhes atingir no ombro ou nas costas.”

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retrato falado caso seringas metrô
retrato falado caso seringas metrô ()

Médicos do Hospital Emílio Ribas relatam que chegaram a atender pessoas que contaram terem sido espetadas por sacolas de outros passageiros no metrô e até uma mulher que teve uma espinha estourada nas costas e pensou ter sido atacada. Procurada, a secretaria Estadual de Saúde informou que não dispõe do número de pacientes atendidos no hospital com queixa de terem sido atingidos por agulhadas no transporte público. 

A primeira prisão de um acusado de ser o “maníaco da seringa” ocorreu em 31 de julho na região da Avenida Paulista. O morador de rua Antônio Nogueira de Santana foi detido por policiais do 78º DP com uma seringa e um alicate no bolso da calça. Ele foi reconhecido por sete vítimas e atualmente cumpre pena por lesão corporal em um hospital psiquiátrico da capital. 

 

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