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José Morales faz sucesso no ramo dos tapetes e móveis importados

Empresário que fatura 750 000 reais por mês investe em objetos extravagantes

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 17h24 - Publicado em 7 mar 2014, 18h20

José Morales, um catalão de 59 anos, é um vendedor nato. Com jeitão simpático, ele é do tipo que enumera com firmeza as qualidades de seus produtos para os clientes. Cursos e livros sobre como melhorar o desempenho na profissão lhe ensinaram qual linguagem corporal adotar na hora da ação (“as mãos devem ficar na frente e na altura do umbigo, nem para cima nem para baixo”). Para ninguém desistir da compra, se precisar, Morales estende o número de parcelas, oferece outro item de graça ou até deixa o interessado levar o objeto para um test drive em casa. Essas técnicas o ajudaram a se tornar um dos mais conhecidos vendedores de tapetes orientais da capital, principalmente persas.

Com uma carreira de quase 25 anos no ramo, o comerciante calcula ter negociado pelo menos 50 000 peças. Entre as obras feitas com seda, lã, juta e algodão, vindas de países como Índia, Irã, Paquistão e Turquia, há itens que chegam a custar 100 000 reais. Morales sabe a história e o significado das estampas de cada um deles. Famosos como o político Paulo Maluf, a falecida apresentadora Hebe Camargo e o goleiro Rogério Ceni decoraram suas casas com produtos das lojas de Morales. Parte de suas mercadorias também brilhou em novelas globais como O Clone e Caminho das Índias. “Trata-se de uma pessoa antenada e curiosa”, afirma a arquiteta Bya Barros. “Além disso, ele sabe ganhar dinheiro.”

Nascido em Barcelona, Morales se mudou para São Paulo aos 3 anos, quando seu pai, também comerciante, veio de navio em busca de uma nova vida. Em 1990, após se formar em arquitetura, abriu um negócio próprio, que levava seu nome, no Shopping Jardim Sul, focado em antiguidades e tapetes. Logo, esses últimos se tornaram o produto mais procurado e ele resolveu se especializar. “Vendi meu carro e fiz empréstimos para trazer uma remessa da Inglaterra”, diz. “A importação demorou nove meses e fiquei no prejuízo. Quando as peças chegaram, vendi tudo em dois meses.” Ele chegou a comandar seis lojas. Hoje, além de um armazém para estoque em Alphaville, só tem duas, uma na Radial Leste e a outra, inaugurada em dezembro, na Avenida Rebouças.

 

Foi nesse novo ponto, batizado de Morales Furniture & Tapetes, que o empresário começou a se arriscar em outro segmento, o de móveis importados. “O mercado de tapetes orientais hoje não é mais tão forte, e precisei diversificar”, justifica. Em uma de suas viagens para o exterior (no ano passado foram dez), ele visitou uma feira em Milão, na Itália, e se encantou com a mobília que viu. Primeiramente, cogitou comprar os artefatos para seu dúplex de 250 metros quadrados no Brooklin ou para a casa em Miami, mas logo descobriu uma oportunidade de negócios. Rapidamente, fechou um acordo para trazer para cá os produtos.

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O empreendimento tem dois andares. No térreo, há sofás em formato de boca, pufes prateados e poltronas Luís XV, entre outros itens, a maioria com um estilo extravagante. “Isso é o futuro do design. Não existe uma pessoa que entre na loja e não diga que achou tudo lindo”, exagera. Algumas das peças já se esgotaram, mas há quem não ligue de esperar noventa dias por uma nova remessa. A manobra fez com que seu faturamento subisse de 500 000 para 750 000 reais mensais. Atualmente, Morales prepara mais duas lojas. Espera a abertura nos próximos meses do Centro Comercial Nova 25 de Março, na Avenida das Nações Unidas, para inaugurar um espaço só de tapetes, e busca um ponto nos Jardins para vender apenas móveis.

Grande parte do sucesso do comerciante se deve a suas aparições na televisão. Ele é figurinha carimbada de programas de compras. Em um deles, no canal Mega TV, tem contrato de trinta veiculações diárias de trinta segundos. “Sou reconhecido todos os dias na rua”, diz. “Sempre me pedem autógrafo, foto e até selinho.” Também é protagonista de diversos vídeos de produção própria, veiculados na internet, em que conta histórias místicas sobre tapetes em paisagens a exemplo do Taj Mahal. Para não desapontar os fãs, em sua maioria senhoras, não descuida da aparência. Aposta em camisa social, blazer, calça de alfaiataria e sapatos lustrosos. Segundo ele, até o perfume que está usando pode servir para impressionar. Tem mais de trinta frascos em casa. Foi em uma loja de fragrâncias, inclusive, em 2007, que conheceu sua atual mulher, a jornalista Rúbia Matos, de 33 anos. Além disso, Morales malha seis vezes por semana, joga tênis e é faixa preta em caratê. “O ‘papi’ adora se cuidar. Quando viajo, trago cremes de presente”, diz Priscilla, filha a quem ele chama de “pitchula” e que trabalha na parte administrativa das lojas. “Também é superanimado, vai até para a balada comigo.” 

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