Coleção Patricia Phelps de Cisneros na Pinacoteca
Composta de oitenta obras, mostra reúne dez nomes de inflexão construtiva e vanguardista
Iniciada nos anos 70, a Coleção Patricia Phelps de Cisneros é o braço artístico da Fundação Cisneros, instituição da Venezuela voltada para a educação. Os paulistanos têm a chance de conferir um recorte desse acervo em Desenhar no Espaço: Artistas Abstratos do Brasil e da Venezuela na Coleção Patricia Phelps de Cisneros. Composta de oitenta obras, a mostra reúne dez nomes de inflexão construtiva e vanguardista, sendo seis deles brasileiros (Hércules Barsotti, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Hélio Oiticica e Judith Lauand) e quatro venezuelanos (Alejandro Otero, Gego, Carlos Cruz-Diez e Jesús Soto). A seleção do curador Ariel Jiménez traça paralelos nas produções dos dois países, que viviam momentos de efervescência nas décadas de 40 a 60.
Herdeiros de escolas europeias (Bauhaus, suprematismo e neoplasticismo, entre outras), esses artistas buscaram transcender a tradição da pintura, ou pelo menos aquela da tela pendurada na parede. Ousados, aos poucos trocaram o plano por instalações, esculturas e objetos. Dá para perceber Lygia Clark, por exemplo, aproveitar-se de seus desenhos iniciais para chegar aos notáveis “Bichos”. Ou como tanto Mira Schendel quanto Gego (nome artístico de Gertrud Goldschmidt) cruzam caminhos semelhantes em busca da representação de espaços vazios. Hélio Oiticica e Jesús Soto, por sua vez, compartilham os experimentos com ambientes penetráveis.