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‘Falso judeu’ arromba e furta prédios de luxo em Higienópolis

Criminoso usava trajava roupa social e emulava sotaque estrangeiro para conseguir entrar em condomínios 

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 18h03 - Publicado em 10 Maio 2016, 10h09

Trajando roupa social, quipá e levando uma bolsa a tiracolo, um rapaz de 20 anos, que emula sotaque estrangeiro, é acusado de se passar por judeu para invadir apartamentos em condomínios de Higienópolis e Consolação, bairros nobres da região central de São Paulo. Moradores relatam tentativas de furto e arrombamentos consumados que teriam sido praticados pelo mesmo homem em ao menos quatro ruas entre outubro de 2015 e maio deste ano.

O balconista Francisco Danilo Cordeiro Rocha, acusado pelos crimes, chegou a ser preso em flagrante no dia 23 de fevereiro por furto em um condomínio da Rua Itacolomi. No boletim de ocorrência consta que Rocha usava “cobertura religiosa de uso judaico” e que “passou despercebido” pelo porteiro. Segundo as vítimas, o rapaz teria entrado no edifício no início da tarde e permanecido por mais de meia hora.

De acordo com relatos das vítimas, ao chegar ao prédios, Rocha inventa histórias, sempre relacionadas a judeus: diz que vai visitar “um rabino” ou entregar “um documento da sinagoga” e acaba conseguindo entrar em parte das tentativas.

Na Rua Itacolomi, onde foi preso, o jovem é acusado de entrar em um apartamento do 3º andar, que estava com a porta aberta, e subtrair R$ 350. Em seguida, ele teria subido ao 5º andar, onde tentou arrombar outro apartamento. A moradora conseguiu escapar por uma porta, ligou para o porteiro, que chamou a polícia. Rocha foi preso em flagrante.

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Com ele, os policiais encontraram R$ 350 em dinheiro, uma chave de fenda amarela e um telefone celular, fruto de roubo anterior. O homem foi solto após pagamento de R$ 880 de fiança. 

De novo

Dois meses depois, no início da tarde de 23 de abril, durante o feriado de Tiradentes – quando os judeus comemoraram a Páscoa -, o mesmo rapaz foi identificado por câmeras de segurança de um condomínio da Rua Maranhão, em Higienópolis. Rocha teria entrado após enganar o porteiro e é acusado de ter praticado roubos no apartamento de uma proprietária que não estava no local.

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Um advogado de 56 anos, morador do prédio e judeu ortodoxo, relata que o rapaz portava uma chave de fenda amarela e que foi embora levando os pertences do apartamento invadido – desta vez, saiu sem ser preso.

“Ele é esperto, não se intimida e fala que nem os rabinos com sotaque meio americanizado. E assim consegue enganar os porteiros menos atenciosos. 

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Continua solto, agindo ativamente, sem qualquer constrangimento”, afirmou o advogado. Segundo ele, o rapaz já teria roubado R$ 500 000 em joias e equipamentos de outros apartamentos. O morador disse ainda que “a comunidade judaica está assustada, preocupada e muito triste”, principalmente porque, para ele, a polícia tem agido com “leniência”. 

Segundo moradores de Higienópolis, o caso mais recente aconteceu no último dia 6, na Rua São Vicente de Paula, na Santa Cecília.

Nos últimos dias, porteiros de condomínios do bairro foram alertados por moradores judeus. “O morador disse para ficarmos atentos a esse movimento, porque a filha recebeu o aviso de uma amiga sobre esse assunto, de que um rapaz estaria se passando por judeu”, disse Conrado Santos, porteiro de um prédio na Rua Alagoas. 

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A mesma orientação recebeu Antonio José da Silva, de 38 anos. “Um morador judeu mostrou a foto do rapaz e disse para prestarmos muita atenção”, disse o porteiro, que trabalha na Rua Piauí, também em Higienópolis.

Polícia

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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil “identificou o suspeito por furtos a residências na região da Consolação”. “O advogado dele esteve na delegacia na última quinta-feira e se comprometeu a apresentá-lo”, disse a pasta.

A secretaria afirmou ainda que “diversos programas de policiamento são realizados” na área das Ruas Itacolomi, Alagoas e Maranhão.

A reportagem telefonou para o número de celular informado por Rocha no boletim de ocorrência, mas o aparelho estava desligado. Também enviou mensagens, não respondidas. A reportagem solicitou ainda o nome do advogado do suspeito à SSP, mas o dado não foi informado. 

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