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Nilton Bicudo dá um show em “Coisa de Louco”

Tímido e com a fala atropelada, o ator paulistano Nilton Bicudo, de 46 anos, demonstrou prudência e esperou mais de duas décadas de carreira para enfrentar o palco sozinho. Algo raro, não? A vaidade sempre fala alto nesses casos. Pela primeira vez em um monólogo, ele dá um show na tragicomédia “Coisa de Louco”, escrita […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 11h47 - Publicado em 2 dez 2012, 08h28

O ator Nilton Bicudo protagoniza o primeiro monólogo em 21 anos de carreira (Fotos: Lenise Pinheiro)

Tímido e com a fala atropelada, o ator paulistano Nilton Bicudo, de 46 anos, demonstrou prudência e esperou mais de duas décadas de carreira para enfrentar o palco sozinho. Algo raro, não? A vaidade sempre fala alto nesses casos. Pela primeira vez em um monólogo, ele dá um show na tragicomédia “Coisa de Louco”, escrita por Fauzi Arap, mostrando uma desenvoltura capaz de tirar proveito da própria personalidade retraída da vida real.

No Teatro da Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi, Bicudo interpreta um contador separado da mulher, pai de dois filhos e endividado até o último dos poucos fios de cabelo restantes. Em cima da hora, o sujeito é convidado para ministrar uma palestra sobre drogas em troca de um pequeno cachê. Apesar de não ter preparo algum, decide improvisar e usa a crise pessoal – e o monte de remédios que consome diariamente – como tema.

Dirigido por Elias Andreato, o protagonista aproveita as tiradas críticas do texto e surpreende a plateia com um estilo de humor cada vez mais raro, o de parecer engraçado sem se esforçar para isso. Em uma linha próxima à que consagrou o comediante e cineasta americano Woody Allen, Bicudo leva o público a pensar que ele debocha de si mesmo e, estreitando o limite entre ator e personagem, garante a empatia.

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Bicudo ouviu de um amigo: “o cara falou que lá na Globo tá todo mundo medicado!”

Nilton Bicudo: “as pessoas estão cada vez mais bitoladas”

O ator justifica seu entusiasmo com o texto escrito por Fauzi Arap e dirigido por Elias Andreato

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“Um amigo meu, que trabalha na Rede Globo, ouviu de um colega: ‘você não toma nada?’. ‘Como assim?’, ele perguntou de volta. ‘Um remedinho, um calmante, qualquer coisa para segurar a onda. Aqui, na Globo, tá todo mundo medicado!’, respondeu o cara. Meu amigo ficou impressionado, comentou comigo e falei isso para o Fauzi Arap. O Fauzi, com aquela cabeça maravilhosa, buscou inspiração nesse diálogo para criar o texto de ‘Coisa de Louco’”.

“A peça fala da medicalização geral. Mas não só sobre os antidrepressivos. Estão em discussão todos os vícios modernos. A televisão, a internet, essa febre de tecnologia. A internet deveria estar aí para ampliar os horizontes de todo mundo. E o que a gente percebe é justamente o contrário. As pessoas estão cada vez mais bitoladas e presas no mundinho da tela do computador ou do celular. Falta a conversa, a vontade de ver as coisas ao vivo, o contato com o mundo real”.

“Não é nada moralista ou panfletário. Pelo contrário. O Fauzi Arap defende um engajamento que não existe mais. Ele trata de coisas que todo mundo pensa e ninguém tem coragem de dizer. A gente não fala sobre isso, né? E o público quer ouvir. É um discurso direto. Tanto que estou o tempo todo olhando no olho do espectador”.

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