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Cidades

Alckmin não comparece em jantar para João Doria

Prefeito anuncia Corujão da Cirurgia, elogia Haddad e critica grevistas: "não querem trabalhar"

Por João Batista Jr. SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 27 abr 2017, 12h54 - Publicado em 27 abr 2017, 12h39

Parisotto, Doria e Bia: fila de convidados para fazer selfie como prefeito (Reprodução/Veja SP)

João Doria diz não ser candidato a nada, mas fala como tal. Oferecido pela empresária Rosy Verdi, o jantar marcado para quarta (26) em torno do prefeito tinha a previsão de contar com tucanos graúdos entre os presentes. Mas as notícias de Lava-Jato se agravaram e muitos não deram as caras, caso dos senadores José Serra e Aloysio Nunes. O governador Geraldo Alckmin desistiu de última hora, alegando compromisso no Palácio dos Bandeirantes.

Sendo assim, Doria brilhou sozinho. Rosy começou o discurso. “Esta casa está em festa, enfeitada de flores e de luzes. Meus pais foram vencedores do sertão de São José do Rio Preto”, contou. Depois, leu uma carta assinada pelo senador Ronaldo Caiado. “Devido a compromisso do Senado, não pude estar presente neste evento tão importante para a política nacional”, escreveu. Antes de passar o microfone, ela agradeceu aos presentes: “Gostaria de encher o estádio do Palmeiras, meu time do coração, para todos escutarem o prefeito falar.” Doria foi aplaudido.

Bia, Doria, Rosy e Uip: Secretário de Saúde cotado para disputar o governo estadual (João Batista Jr./Veja SP)

Ele contou de sua trajetória de vida e dos projetos feitos em seus pouco mais de 100 dias de administração. “No dia 15 de maio, começarei o Corujão da Cirurgia para fazermos 100 000 cirurgias, das mais variadas.” Também falou da parceria firmada entre Uber e 99Taxi para transportaram os 125 000 funcionários públicos na greve prevista para esta sexta (28). “Não tem que ter greve durante a semana, temos de trabalhar.”

O prefeito anunciou que “mais de 40 milhões de reais” foram doados por empresas e pessoas físicas, via imposto de renda, para a construção de creches. Sua mulher, Bia Doria, vestida com estampa de oncinha da cabeça ao scarpin, soprava alguns assuntos para o marido falar. “A Bia é o meu ponto”, brincou, tirando risos das pessoas. Em determinado momento, um grupo começou a falar alto demais. O prefeito, então, mandou um recado: “Acho que todos aqui presentes amam a nossa cidade e querem escutar as questões pertinentes a ela.” Fez-se silêncio. Quando disse “não ser candidato a nada”, alguns soltaram um “ahhh,”, lamentando. Doria atacou Lula e o PT – mas elogiou Fernando Haddad. “Ele é honesto, algo raro dentro daquele partido.”

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Doria coloca broche do Cidade Linda em Tania Derani: “Não sou candidato a nada” (João Batista Jr./Veja SP)

Secretário estadual de Saúde, David Uip foi chamado por muitos de “meu governador”. Dentro do tucanato, especula-se que ele seria o candidato ao governo estadual em 2018. Uip e sua mulher, Maria Tereza, são filiados ao PSDB. “Soube dessa minha candidatura pelos jornais”, despistou Uip. Mágino Barbosa, secretário de Segurança Pública, era outro integrante da equipe de Alckmin presente. O médico Roberto Kalil foi um dos mais assediados. Ele é o cardiologista de Doria. “Se um dia o prefeito for eleito presidente, não muda nada: Kalil segue sua dinastia de cuidar do coração do poder”, brincou um dos convidados, em alusão a Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

Estavam no encontro Miguel e Carin Mofarrej, Marcelo e Vivi Fleury, Meyer e Lilian Nigri , Reinaldo Kherlakian e Adele Zarzur, Romeu e Adriana Trussardi, Mariângela Bordon, Jorge Elias e Cesar Giobbi, entre outros. Para Tania Derani, Doria deu o broche do projeto Cidade Linda. O empresário Lírio Parisotto, acusado de ter agredido Luzia Brunet, fez uma das raras aparições públicas depois que sua ex-namorada publicou fotos com hematomas no rosto.