Isolados

Resenha por Tiago Faria

O carioca Tomas Portella estreou na direção em 2011 apostando num dos gêneros mais populares do cinema brasileiro: a comédia. A fita Qualquer Gato Vira-Lata, apesar de abaixo da média, atraiu mais de 1,2 milhão de espectadores. Curiosamente, o realizador toma um rumo oposto, e mais arriscado, em seu segundo longa-metragem. O suspense psicológico, gênero incomum na cinematografia do país, ganha atmosfera de fita de horror numa trama cujo principal intuito é mexer com os nervos do espectador. Apesar de exagerar nos efeitos sonoros barulhentos e em outros truques primários para provocar sustos, Portella demonstra avanços em relação ao trabalho anterior, sobretudo na seleção do elenco. Convincentes em papéis que exigem atuação intensa, Bruno Gagliasso e Regiane Alves travam um embate entre quatro paredes. O ator interpreta Lauro, um psiquiatra casado com a artista plástica Renata, personagem de Regiane. Para arejarem a rotina, eles se hospedam em uma velha casa na região serrana do Rio de Janeiro. Tão logo chegam à cidade, ouvem a má notícia: mulheres foram mortas na região por criminosos ainda não identificados pela polícia. O medo de uma tragédia cria um clima de aflição entre os dois, agravado quando Renata decide sair para um passeio na floresta. Com José Wilker, em seu último papel no cinema. Estreou em 18/9/2014.

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