Flutuante
- Direção: Mauro Baptista Vedia
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
A comédia Flutuante, de Caco Galhardo, é um espetáculo que transita por diversas linguagens sem perder as características básicas do teatro. Poderia ser um conto e também não soaria estranha como um longa-metragem, mas se mantém viva de fato no embate de três atores em torno de um texto. Sob a direção de Mauro Baptista Vedia, Martha Nowill representa Suzana, uma professora de alemão que, sem uma razão aparente, não consegue sair de casa para dar aula na escola do outro lado da rua. Ela divide o apartamento com o namorado, Marco (papel de Rafael Losso), que, depois de receber uma herança, mal encontra motivação para deixar a cama todas as manhãs. A vida da protagonista passa a apresentar algum conflito quando um de seus alunos, o advogado Raul (interpretado por Paulo Tiefenthaler), bate à sua porta disposto a se divorciar, caso a professora aceite viver com ele um grande amor. Metáfora da desorientação nas relações humanas, a peça apoia-se em personagens à deriva, incapazes de sacudir a própria mediocridade. A direção de Vedia reforça uma trilha absurda, principalmente na segunda parte, que oferece boas possibilidades aos atores e desafia o público a decifrar novas camadas de leitura em uma história criativa. Estreou em 7/4/2017. Até 30/4/2017.
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