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Hospital oncológico A.C. Camargo deixará de atender pacientes do SUS

Hospital referência no tratamento de câncer não renovou contrato com a prefeitura de São Paulo, que termina em 9 de dezembro

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 ago 2022, 14h14 - Publicado em 15 ago 2022, 11h34

A rede de hospitais A.C. Camargo, referência no tratamento de câncer, deixará de atender pacientes vindos do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano. O contrato atual com a Secretaria Municipal de Saúde vence em 9 de dezembro, e a rede privada decidiu não renová-lo para o próximo ano. A decisão foi comunicada à gestão municipal no início deste ano.

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Há anos, a rede recebe pacientes do sistema público para ajudar a suprir a demanda por tratamentos oncológicos na cidade de São Paulo. Os tratamentos são custeados pelo Ministério da Saúde, que repassa os recursos para a Secretaria Municipal de Saúde, que os transfere para o A.C. Camargo.

O A.C. Camargo atende cerca de 6 mil pacientes do SUS, que estão sendo gradualmente encaminhados pela prefeitura para os centros oncológicos públicos da capital.

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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Victor Piana de Andrade, CEO do hospital, afirmou que o motivo é a defasagem da tabela de preços que o sistema público repassa para o pagamento das consultas e procedimentos. Segundo ele, o SUS paga 10 reais por uma consulta médica, enquanto os convênios pagam, em média, 100 reais, e o problema se repete com relação a cirurgias e tratamentos como quimioterapia e radioterapia. Com essa defasagem nos pagamentos pelos procedimentos, muitas vezes o hospital é obrigado a aportar recursos próprios para cobrir os custos.

A instituição informou, em nota, que pretende expandir a sua atuação no setor público para além do município de São Paulo, “promovendo parcerias público-privadas em ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de capacitação de profissionais da atenção primária e de hospitais para o atendimento do câncer em prol do bem público, com o objetivo de atuar e melhorar a pratica médica em oncologia em todo o Brasil” e que, para que isso seja possível, não renovará o atual convênio com a Prefeitura da capital.

“O A.C.Camargo garante a análise individualizada para cada paciente junto à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, construindo um plano de transição que minimize os possíveis impactos. A instituição ressalta que a grande maioria dos pacientes que contavam com o atendimento no A.C.Camargo já finalizou seu tratamento oncológico e está em fase de acompanhamento clínico”, acrescentou a empresa, afirmando que a readequação “beneficiará todo o país, sendo a melhor contribuição possível em razão da defasagem da tabela SUS, que ameaça diretamente a existência da instituição”.

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Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que após ser informada pela pelo hospital sobre a intenção de interromper o convênio, “tem realizado reuniões com a instituição a fim de avaliar a possibilidade da continuidade da assistência à população”.

Destacou, por outro lado, que independentemente desse contrato, a assistência em oncologia aos pacientes da rede municipal seguirá sendo ofertada em outros equipamentos especializados, como o Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques Carvalho (Vila Santa Catarina), além de unidades reguladas por meio da Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde (Cross), do governo estadual.

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