Capital decide manter vacinação em adolescentes sem comorbidades
Ministério da Saúde divulgou nota em que orienta suspensão da imunização neste público; governo de São Paulo lamentou postura
A capital vai manter a vacinação de adolescentes sem comorbidades mesmo depois de o Ministério da Saúde divulgar nota em que orienta a suspensão da imunização do grupo. O comunicado foi divulgado na última quarta-feira (15).
De acordo com a pasta, devem ser imunizadas pessoas entre 12 e 17 anos somente em casos de deficiência permanente, comorbidades ou privação de liberdade. A nota contraria posicionamento de 2 de setembro que dava aval para a vacinação da faixa etária com o uso da Cominarty (Pfizer/Biontech).
O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, disse que até esta quarta-feira (15) o município já tinha vacinado 85% desse grupo. Aparecido também afirmou que há vacina em estoque para completar a proteção com primeira dose pelo menos dos adolescentes. A estimativa da secretaria municipal de Saúde é de que seja possível terminar a vacinação dos adolescentes até sexta-feira (17).
O que diz o governo estadual
O governo de São Paulo orienta que o estado mantenha a vacinação do grupo e lamentou a mudança de postura do Ministério da Saúde. “A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.”
De acordo com a gestão, o Programa Estadual de Imunização será mantido. “Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com COVID-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”.
A vacinação dos jovens de 12 a 17 anos começou no estado no dia 18 de agosto. Segundo o governo Doria, já foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas, ou seja, 72% deste público. “Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que em sua maioria já estão com a vacinação em curso.”