Donos de perfis no Twitter fazem sucesso nas baladas
Campeões de audiência na rede social promovem festas em diversas casas noturnas paulistanas
Está se tornando rotina encontrar em panfletos de baladas paulistanas nomes de DJs que começam com @. Utilizado para indicar o endereço de um perfil no Twitter, esse símbolo mostra que alguns usuários que fizeram fama na rede social agora arrastam seus seguidores do mundo virtual para as pistas de dança.
Vários deles são mais conhecidos pelo nome dos personagens que criaram no respectivo site, como a travesti suburbana Katylene Beezmarcky. De peruca loira, coroa adornando a cabeça e maquiagem carregada, a figura conquistou 150.000 fãs à custa de tiradas divertidas e alfinetadas direcionadas ao mundo das celebridades. Em 2009, o blogueiro Daniel Carvalho, de 24 anos, criador da perua, passou a usar a popularidade adquirida para organizar eventos na cidade. Hoje, Katylene tem até uma festa própria, a Vem Gentchy!, que ocorre mensalmente no The Society, no Baixo Augusta. Além de promover a folia, Daniel fica encarregado de comandar os pickups nas noitadas, agitando a turma com sucessos de Madonna e Katy Perry, entre outras cantoras. “Até o fim deste mês, vamos fazer um esquema semelhante no bar Secreto, em Pinheiros”, conta ele.
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Nem só de hits do momento vivem os dublês de DJ. Nas madrugadas da Squat Party, realizada mensalmente no mesmo Estúdio Emme, podem-se ouvir velharias como o grupo adolescente Rouge, que causou barulho no começo dos anos 2000 com a canção “Ragatanga”. O responsável pela seleção para lá de heterodoxa é o tuiteiro Phellipe Wanderley, criador do @eusouryca, inspirado em uma frase dita pela atriz Carolina Ferraz na novela “Beleza Pura”. “Conforme a balada vai avançando noite adentro, vou piorando o set list”, brinca Phellipe.
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Muitas vezes, é difícil acreditar que os profissionais no comando do equipamento de som são os responsáveis pelos perfis engraçados e irreverentes que fazem tanto sucesso na rede social. O blogueiro Daniel, por exemplo, apresenta-se à paisana, vestindo camisa e calça jeans — bem diferente, portanto, do look extravagante de seu alter ego virtual, a travesti Katylene. Algo parecido ocorre com Thiago Pereira, autor da hilária @Cleycianne, página dedicada a uma loira evangélica cuja missão religiosa é buscar a cura para os homossexuais. Graças ao sucesso no Twitter, ele passou a tocar nas noitadas JunkieBox e SuperTrash, promovidas nas boates A Lôca e Vegas, respectivamente. “As pessoas se aproximam de mim dizendo que jamais imaginariam que a Cleycianne, na verdade, é um barbudo careca”, diverte-se Thiago.