Mostra passa por fases da produção do uruguaio Joaquín Torres García
Em cartaz na Pinacoteca a partir de sábado (3), "Geometria, Criação e Proporção" reúne 150 trabalhos realizados de 1913 a 1943
Em 1978, um incêndio de grandes proporções destruiu parte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Com ele, perderam-se cerca de oitenta obras que compunham uma retrospectiva do uruguaio Joaquín Torres García (1874-1949). Uma mostra em trânsito pelo Brasil — já passou pela Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre — tenta atenuar essa mancha da relação entre o país e o artista. Em cartaz na Pinacoteca a partir de sábado (3), “Geometria, Criação e Proporção” reúne 150 trabalhos realizados de 1913 a 1943. Há telas, desenhos, afrescos, colagens, objetos, uma coleção de livros e documentos pessoais.
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Nome fundamental do modernismo latino-americano, Torres García nasceu em Montevidéu, mas ainda na adolescência mudou-se para Barcelona, onde aperfeiçoou o aprendizado da pintura. Morou também na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Esse aspecto itinerante é abordado na exposição através de “A Idade de Ouro da Modernidade”, mural feito para um palácio catalão, ou de um óleo inspirado no caos urbano de Nova York, repleto de arranha-céus, trens e cartazes de propaganda. No fim da década de 20, logo após conhecer Piet Mondrian, adentra no período mais criativo da carreira, de caráter construtivista. Nessa fase, mistura com originalidade as formas geométricas típicas de sua época a elementos primitivos da arte pré-colombiana.