Os melhores e os piores filmes de super-heróis
As aventuras de personagens dos quadrinhos no cinema nem sempre dão certo
“O Espetacular Homem-Aranha” chega aos cinemas nesta sexta (6). Já exploradas em outros três filmes por Sam Raimi, as aventuras do herói aracnídeo vêm agora sob a direção de Marc Webb (de “500 Dias com Ela”) e com o ator Andrew Garfield como protagonista.
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Essa não é a primeira vez que Hollywood se inspira nas histórias em quadrinhos para conceber produções grandiosas e cheias de efeitos especiais. As empreitadas, entretanto, nem sempre dão certo. A seguir, uma lista com os dez melhores e os dez piores longas de super-heróis já realizados.
Os melhores
“Superman — O Filme” (1978)
A adaptação se tornou um clássico do gênero. Christopher Reeve deu vida ao tímido repórter Clark Kent e protagonizou cenas improváveis. Na mais fantástica delas, o herói voa em alta velocidade na órbita terrestre, fazendo o planeta girar em sentido inverso e o tempo voltar. Tudo para salvar sua amada Lois Lane. O filme concorreu a três prêmios Oscar: edição, trilha sonora e som.
“Darkman — Vingança sem Rosto” (1990)
Antes de filmar as aventuras do Homem-Aranha, o diretor Sam Raimi escreveu e dirigiu essa bem-sucedida fita sobre um cientista que, após ter a pele queimada por bandidos, busca vingança. O filme agradou os fãs de ação e contou com um elenco afiado, liderado por Liam Neeson e Frances McDormand.
“Batman – o Retorno” (1992)
Segundo filme do homem-morcego realizado por Tim Burton, foi indicado ao Oscar de efeitos especiais e maquiagem. O ponto alto são os vilões: Danny DeVito ficou irreconhecível como Pinguim e Michelle Pfieffer, por sua vez, realizou uma atuação insuperável como Mulher-Gato.
“X-Men — O Filme” (2000)
A primeira incursão dos mutantes no cinema não deixou a desejar. Dirigida por Brian Singer, acertou no elenco, com Halle Berry como Tempestade e Hugh Jackman no papel de Wolverine. Sir Ian McKellen também se destacou como o vilão Magneto.
“Homem-Aranha 2” (2004)
Sam Raimi levou o Homem-Aranha aos cinemas pela primeira vez em 2002. Mas os fãs queriam mais, e o diretor acertou a mão nesse segundo episódio, lançado em 2004. Quem roubou a cena foi Alfred Molina, no papel de Octopus. O filme levou o Oscar de efeitos visuais.
“Os Incríveis” (2004)
A Disney também quis participar do filão das produções cinematográficas inspiradas nos heróis dos quadrinhos — o resultado é a divertida animação “Os Incríveis”. A vida de uma família de super-heróis, que renunciou ao uso de seus poderes, muda quando um vilão faz uma ameaça ao Planeta Terra. Eles são obrigados a vestir seus uniformes novamente.
“Hellboy” (2004)
Guillermo del Toro recusou a direção do terceiro episódio da cinessérie Harry Potter para trabalhar neste filme. O resultado foi positivo: da bem-cuidada direção de arte, passando pelas atuações até o enredo convincente, Del Toro conseguiu realizar um bom longa e ser fiel ao personagem criado por Mike Mignola. Os fãs gostaram, e o diretor repetiu a dose em 2008.
“Batman — O Cavaleiros das Trevas” (2008)
Depois de duas adaptações desastradas, assinadas por Joel Schumacher, Christopher Nolan ressuscitou o herói mascarado em grande estilo. O primeiro filme de uma trilogia imaginada pelo diretor, “Batman Begins”, foi lançado em 2005. O segundo episódio, “O Cavaleiro das Trevas” (2008), por sua vez, superou todas as expectativas. O maior responsável por isso foi Heath Ledger, cuja interpretação visceral do vilão Coringa lhe valeu um Oscar póstumo — o ator morreu meses após o término das filmagens, vítima de uma overdose.
“Watchmen” (2009)
Zack Snyder tem gosto por adaptações dos quadrinhos. Antes de “Watchmen”, ele realizou “Sin City” (2005) e “300” (2006) – não muito bem-sucedidos. O filme agradou aos fãs em razão da fidelidade à história original e aos excelentes efeitos especiais, que simulavam os traços de uma HQ.
“X-Men: Primeira Classe” (2011)
Se os filmes anteriores dos X-Men não repetiram o êxito do primeiro episódio, de 2000, “X-Men: Primeira Classe” redimiu os heróis mutantes contando a sua origem. O diretor Matthew Vaughn acertou, sobretudo, no elenco, no roteiro, e na recriação de época, já que a ação se passa durante a Guerra Fria.
Os piores
“O Justiceiro” (1989)
O personagem de Frank Castle, que tem a família assassinada por bandidos e decide fazer justiça com as próprias mãos, já ganhou algumas adaptações para o cinema — nunca bem-sucedidas. O maior problema desse longa está no elenco, encabeçado pelo brutamontes Dolph Lundgren. Sua atuação limitada acabou tornando superficial o drama do complexo protagonista.
“O Fantasma” (1996)
O diretor Simon Wincer tentou ressuscitar o herói criado na década de 1930. Não deu muito certo — sobretudo por causa do roteiro frouxo e atuações apáticas, de Billy Zane e Catherine Zeta-Jones. Os estranhos figurinos também contribuíram para que o filme não fizesse um grande sucesso.
“Batman e Robin” (1997)
O diretor Joel Schumacher fez uma versão quase carnavalesca do homem-morcego em “Batman Eternamente” (1995), mas se superou com a continuação, “Batman e Robin”. Das atuações canastronas aos vilões risíveis — Era Venenosa (Uma Thurman) e Senhor Frio (Arnold Schwarzenegger) —, o filme foi um completo fracasso. E também um verdadeiro mico na carreira de George Clooney, obrigado a usar um dos uniformes mais cafonas já feitos. Os fãs de quadrinhos preferem esquecer.
“Spawn, o Soldado do Inferno” (1997)
Criado por Todd McFarlane na década de 1990, Spawn é uma espécie de anjo infernal, saído de uma HQ de sucesso voltada para adultos. Rapidamente, o herói foi levado para o cinema. Mas a história dos quadrinhos era complexa demais, e o filme ficou completamente incoerente, cheio de efeitos especiais pouco convincentes. Nem os mais fanáticos aprovaram.
“Hulk” (2003)
O diretor Ang Lee, de filmes contemplativos e sensíveis como “O Tigre e o Dragão” (2000), foi escalado para dar densidade ao super-herói verde. Assim, a ação deu lugar ao drama psicológico de Bruce Banner (Eric Bana), o que deixou os fãs do quadrinho bastante descontentes. Cinco anos depois, o herói retornou aos cinemas, agora pelas mãos de um diretor de filmes de ação: Louis Leterrier (de “Fúria de Titãs”, “Carga Explosiva”, entre outros). A nova fórmula teve maior aceitação entre o público.
“Mulher-Gato” (2004)
Ninguém engoliu Halle Berry no papel de uma tímida artista que à noite veste um uniforme para desvendar um crime industrial. E a atriz, vencedora do Oscar de melhor atriz por “A Última Ceia” (2001), não foi a única entrar nessa roubada: Sharon Stone interpretou a vilã, uma inescrupulosa criadora de cosméticos. Uma verdadeira bomba.
“O Quarteto Fantástico” (2005)
Apesar do bom elenco e dos efeitos especiais acima da média, a trama com Senhor Fantástico (Ioan Gruffudd), Mulher Invisível (Jessica Alba), Tocha Humana (Chris Evans) e Coisa (Michael Chiklis) não agradou aos fãs. Faltou uma dose maior de ação e humor à fita de Tim Story, que repetiu a dose alguns anos depois, juntando o Surfista Prateado ao Quarteto Fantástico. Essa segunda empreitada também não deu muito certo.
“Motoqueiro Fantasma” (2007)
Entre as diversas roubadas em que Nicolas Cage já se meteu, está a adaptação para o cinema do herói criado na década de 1970. É também outra versão infeliz dos quadrinhos para o cinema assinada pelo diretor Mark Steven Johnson, que já havia realizado “O Demolidor — O Homem Sem Medo” (2003). Mesmo com problemas no roteiro e atuações precárias, o filme foi bem nas bilheterias. Cinco anos depois, ganhou uma continuação — que conseguiu ser ainda pior.
“Lanterna Verde” (2011)
Ryan Reynolds não convenceu no papel de Hal Jordan, piloto de avião que recebe um anel de um alienígena moribundo e se torna o Lanterna Verde. O personagem também foi pouco explorado pelo roteiro — que mais parecia uma versão requentada de outros longas de heróis. Os fãs ficaram descontentes logo com o primeiro trailer liberado, e não deu outra: o filme fracassou nas bilheterias.
“O Besouro Verde” (2011)
Outro filme que desagradou os fãs dos quadrinhos. Embora levado ao cinema pelo francês Michel Gondry — do ótimo “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” — o longa não decolou sobretudo por causa do protagonista: Jay Chou, que além do inglês ininteligível, realizou uma atuação sofrível, para dizer o mínimo.