“A torcida de vocês não faço questão de ter”, afirma Joanna Maranhão
Em vídeo, a atleta, que disputa o Panamericano, critica a votação da redução da maioridade penal e diz que sente desgosto com a política praticada por Eduardo Cunha
“Hoje eu acordei para trabalhar e treinar, o Panamericano está chegando aí e vou representar o Brasil pela quarta vez. Mas não consigo dissociar a representatividade que tem eu estar vestindo a camisa do Brasil e a política do meu país. São coisas entrelaçadas. Já é a segunda vez que amanheço e tomo conhecimento dessas manobras criminosas de Eduardo Cunha no Congresso e sinto um desgosto muito grande.”
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A frase é da nadadora pernambucana Joanna Maranhão, que tem duas medalhas de prata e três de bronze em diversos campeonatos mundiais. A atleta postou um vídeo em sua página do Facebook criticando a aprovação da redução da maioridade penal pelo Congresso na madrugada desta quinta (2). A manobra, articulada por Cunha, presidente da casa, ocorreu vinte e quatro horas depois de a proposta ser rejeitada por cinco votos.
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A atleta se posiciona contra a medida e dá sua opinião. “A gente sabe que quem vai ser preso é menor de idade preto e da favela. O menor infrator de família bem-resolvida não vai pagar pelo crime. Basta ver aqueles que queimaram um índio em Brasília porque acharam que era um mendigo. Hoje, um deles é policial”, diz Joanna, fundadora da ONG Infância Livre, que ajuda crianças vítimas de pedofilia. A própria nadadora já afirmou ter sofrido abuso sexual de um treinador quanto tinha 9 anos.
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Joanna termina o vídeo criticando as pessoas que “batem palma para Feliciano, Bolsonaro, Eduardo Cunha, Malafaia”. “Não são vocês que estou representando. A torcida de vocês eu não faço questão nenhuma de ter.”