Vereadores criam CPI do Teatro Municipal
Esquema de corrupção pode ter desviado 18 milhões de reais em dois anos
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta (25) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os recentes casos de corrupção envolvendo o Teatro Municipal. Um dos principais símbolos paulistanos, o local é alvo de inquéritos no Ministério Público e na Controladoria-Geral do Município, que apuram rombos que podem chegar a 18 milhões de reais.
As denúncias ocorreram após contratos e convênios suspeitos serem firmados por José Luiz Herencia, que presidiu a fundação controladora do teatro entre 2013 e 2015, e fechou, em março deste ano, um acordo de delação premiada com os promotores.
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Herencia citou outros supostos participantes do esquema: o maestro John Neschling, diretor artístico durante a gestão dele, e o diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), William Nacked. Na época, o prefeito Fernando Haddad afirmou apoiar as ações, apesar de achar estranho o envolvimento do maestro, pois as investigações da Controladoria-Geral do Município ocorreram depois das denúncias feitas justamente por Neschling.
Autor do requerimento que deu origem à criação da CPI na Câmara Municipal, o vereador Quito Formiga (PSDB) afirma que o órgão não vai atrapalhar as investigações do MP e da CGM. “Seremos uma fonte de informação para eles. A prerrogativa do Legislativo paulistano é investigar. E é justamente isso que faremos”, diz.
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Após a assinatura de 32 parlamentares, os partidos deverão indicar os outros seis integrantes da comissão (Formiga, autor do requerimento, tem a prerrogativa de presidir a CPI), que atuará por 120 dias, prorrogáveis por mais 120.