Quatro exposições para os apaixonados por história
As melhores mostras em cartaz, da São Paulo antiga à Guerra Civil Espanhola
Todo mundo conhece um louco por história. Ele não perde a chance de ver fotografias em preto-e-branco, adora descobrir fantasmas do passado e vive compartilhando imagens de “antes” e “depois”, que mostram um mesmo cenário em diferentes épocas.
Escolhemos as melhores exposições em cartaz na cidade para estes historiadores de plantão:
São Paulo dos anos 70, no Instituto Moreira Salles
Na década de 70, a carioca Dulce Soares registrou dois pontos característicos de São Paulo: a Barra Funda e a Rua das Noivas. No pequeno Instituto Moreira Salles, estes documentos de época são apresentados na mostra Vitrines e Fachadas. Para os paulistanos nostálgicos, é muito interessante comparar as imagens com os locais atualmente. A série Vestidos de Noiva se destaca pelos registros de backstage: com o aval de Pietro Maria Bardi, então diretor do Masp, Dulce tinha carta branca para documentar cenas nos provadores e ateliês de costura, e registrar as conversas com um gravador de voz.
Holocausto judeu, na Unibes Cultural
Em 1968, Yuri Dojc e Katya Krausova foram alguns dos jovens que deixaram a antiga Checoslováquia quando os tanques russos ocuparam as ruas da capital, durante a Primavera de Praga. Eles viveram quase quarenta anos no Canadá e na Inglaterra, respectivamente, até que o interesse pela história de seu país natal os reuniu novamente. Foi quando se puseram a caminho da Eslováquia à procura de memórias de judeus perseguidos pelo nazismo. Setenta fotografias realizadas durante os dez anos dessa jornada podem agora ser vistas na imperdível Last Folio, na Unibes Cultural, no Sumaré, que celebra seu primeiro aniversário.
Guerra Civil Espanhola, na Caixa Cultural
Em 2007, três caixas de papelão foram deixadas no International Center of Photography, em Nova York, enviadas por um remetente misterioso da Cidade do México. Quando abertas, revelaram um conteúdo de valor artístico imensurável: 126 rolos de filme com 4 500 negativos clicados por ninguém menos que o húngaro Robert Capa (1913-1954), um dos mais célebres fotógrafos de guerra de todos os tempos, além de registros de cenas feitos por seus companheiros Gerda Taro e David “Chim” Seymour. Parte dessas fotos estão reunidas na mostra A Valise Mexicana e são acompanhadas por textos curiosos sobre cada um dos episódios da Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
São Paulo moderna, no Solar da Marquesa
Se o assunto é museu, Yolanda Penteado (1903-1983) não pode ficar de fora. Ela foi uma das principais figuras na criação de importantes instituições paulistanas — sua biografia, na verdade, confunde-se com a própria história da cidade. A mostra Yolanda Penteado: a Dama das Artes de São Paulo é um paralelo entre a vida dessa paulista de Leme, município a quase 190 quilômetros da capital, e o boom do cenário artístico dos anos 40 e 50. Exibe fotos garimpadas do arquivo familiar e de amigos, apresentadas em um totem, além de relatos em áudio de especialistas sobre o período. Membro de uma família quatrocentona, Yolanda era sobrinha de Olívia Guedes Penteado, baronesa do café e patronesse na década de 20.