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Participantes do programa De Braços Abertos protestam no centro

Grupo interditou parcialmente trecho da Avenida Rio Branco para reivindicar contra retirada dos moradores da Pensão Azul

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h48 - Publicado em 17 jun 2015, 16h28
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cracolândia-hotel-pensao-azul (Mário Rodrigues/)
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Participantes do programa De Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, interditaram uma das três faixas da Avenida Rio Branco, perto da Avenida Duque de Caxias, na tarde desta segunda (17). Policiais militares foram ao local para evitar o bloqueio completo da via.

A Companhia de Engenharia de Tráfego informou que o ato não prejudicou o trânsito. Nenhum confronto foi registrado e o protesto já terminou. De acordo com a PM, vinte pessoas reivindicavam por moradia.

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Os participantes do protesto são moradores da Pensão Azul, que apresenta problemas de segurança. Eles afirmam que, na semana passada, foram intimados pelo programa para sair do edifício, seguindo para um imóvel em outra região da cidade. De acordo com os manifestantes, os apartamentos novos são pequenos e, alguns, não possuem cozinha. Por isso, eles reivindicam por outra moradia perto da Pensão Azul.

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Os problemas do programa De Braços Abertos foram registrados em matéria de capa de VEJA SÃO PAULO, publicada em março deste ano. Durante um mês, a reportagem acompanhou o trabalho de varrição de ruas e praças e entrou nos abrigos contratados pela gestão municipal. Resultado: hotéis insalubres e dependentes químicos que recebem sem trabalhar.

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Iniciado em janeiro de 2014 por Fernando Haddad, o projeto tem como objetivo retirar da Cracolândia os viciados, oferecendo a eles um teto, três refeições diárias e um salário semanal de 115 reais por serviços como a varrição de ruas e praças (a jornada é de quatro horas por dia e o pagamento é feito em dinheiro vivo).

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Na época, a prefeitura contratou sete hotéis no centro para abrigar os participantes. No início, as moradias passaram por uma reforma, que incluiu pintura, troca de piso e compra de mobiliário. Meses depois, esses ambientes viraram um cenário de desolação.

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Durante a reportagem, foi possível constatar que os quartos tinham banheiro entupido e encardido, além de um forte odor de latrina que se espalhava pelos corredores. A visita de ratos e ratazanas era corriqueira e não distinguia dormitórios com adultos de quartos com crianças.

Nos cômodos era comum tropeçar em marmitas esquecidas pelo chão e em entulhos. Roupas sujas espalhavam-se por cadeiras e camas. Pelo teto, o forro aparente denunciava dezenas de “gatos” de energia. O risco de incêndio era agravado pela ausência de extintores, roubados para virar moeda de troca por pedras de crack, o mesmo destino de vários outros itens.

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A situação desses endereços chegou a tal ponto que o caso virou objeto de um inquérito civil no Ministério Público do Estado de São Paulo. Um dos relatórios do processo constatou que os imóveis seriam insalubres e inseguros.

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Em resposta à reportagem, a Prefeitura afirmou que “trabalha para assegurar que os beneficiários do programa De Braços Abertos tenham acomodações dignas”. De acordo com a assessoria, alguns hotéis conveniados ao “De Braços Abertos” apresentaram “condições de infraestrutura precárias”. Com isso, a administração disse ter identificado novos estabelecimentos que podem receber os beneficiários do programa e que as famílias tiveram oferta da vaga em outros hotéis. 

 

 

 

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